A ILHA DOS ABUSOS SEXUAIS
Tudo começou em 1999. Uma rapariga da pequena ilha de Pitcairn, um protectorado britânico situado entre a Nova Zelândia e o Peru, foi violada. Desde então, os casos multiplicaram-se, estando 20 homens envolvidos em casos de abusos sexuais.
A Polícia do Reino Unido, apoiada por um importante detective neozelandês, começou investigar o caso de violação há 18 meses. Quando se iniciaram as investigações, os meios de comunicação social da Nova Zelândia deram conta de mais violações, perto de duas dezenas delas, algumas envolvendo crianças com apenas 12 anos de idade.
Devido ao isolamento geográfico da ilha e também ao facto de todas as famílias estarem envolvidas, procuradores públicos britânicos querem que os julgamentos dos que virão a ser acusados tenha lugar na Nova-Zelândia, onde vivem agora muitos dos supostos violadores.
NOVA ZELÂNDIA INDECISA
Wellington, porém, ainda não deu resposta ao pedido do Reino Unido, já que para aceitar julgar estes casos teria de fazer aprovar uma legislação especial.
Se não se conseguir um consenso para que os processos judiciais decorram fora de Pitcairn, eles terão de ser levados a cabo na pequena ilha, que apenas assistiu a um julgamento há 105 anos.
De acordo com Herbert Ford, director do Centro de Estudos de Picairn, foi em 1897 que decorreu o julgamento na ilha, em que Fletcher Christian, foi condenado à forca por ter morto a mulher e o filho. Fletcher viria a ser enforcado nas Ilhas Fiji.
Descoberta em 1767 pelos ingleses, esta pequena ilha da Oceania com 47 quilómetros quadrados foi povoada há mais de dois séculos por um grupo de marinheiros ingleses que protagonizaram a conhecida revolta no navio “Bounty” bem como pelos seus cúmplices taitianos. É o último vestígio do Império Britânico e tem hoje apenas 44 habitantes.
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