A história da fotografia que correu mundo

Esta foi, provavelmente, a primeira imagem do horror a emergir do aeroporto de Bruxelas, esta terça-feira. Nela, uma mulher aparece em destaque, descalça, empoeirada e em choque, com sangue na perna e a escorrer-lhe pela cara. 

A fotografia, tirada logo após as explosões mortíferas que abalaram Zaventem, rapidamente correu o mundo, servindo de espelho para o que se passava em Bruxelas. No entanto, os detalhes da imagem permaneciam envoltos em mistério. 

Agora, a revista Time ajuda a deslindar este enigma, que acabou por virar capa do New York Times. Num artigo, a revista explica que a fotografia foi tirada poor Ketevan Kardava, uma correspondente do Georgian Public Broadcaster que estava no aeroporto à espera para seguir para Genebra.

Estava bem no interior de Zaventem quando a primeira explosão aconteceu. "As portas e as janelas voaram", explicou Kardava. "Tudo virou fumo e pó e vi-me rodeada de dezenas de pessoas sem pernas, deitadas em sangue", acrescentou, explicando que o seu primeiro instinto foi olhar para baixo e perceber se ainda estava intacta. "Nem queria acreditar que ainda tinha as minhas pernas. Fiquei totalmente em choque", confirmou. 

Menos de um minuto depois, nova explosão... e toda a gente começou a correr à procura de abrigo. "Eu também me queria abrigar, mas também queria tirar fotografias. Enquanto jornalistas, era meu dever tirar estas fotos e mostrar ao mundo o que se estava a passar", ressalvou, explicando o que a levou a continuar no lugar e a tirar a fotografia que haveria de se tornar famosa pouco depois. 

Da mulher que fotografou, pouco sabe para além do momento que partilharam. "Ela estava em choque, completamente muda. Não chorava nem berrava, só olhava à sua volta em pânico", finalizou.