Abdul de 8 anos foi encontrado escondido com a mãe depois de ter sido dado como morto em Gaza
Menino e a mãe, Najlaa, foram resgatados da Faixa de Gaza na quinta-feira. Presidente executivo da GHF alega que o Hamas tentou que não se divulgasse o verdadeiro paradeiro de Abdul.
Abdul Hamden, de oito anos, foi dado como morto depois de ter sido visto a ser baleado num posto de distribuição humanitária na Faixa de Gaza, em maio. Mas na verdade, a história de Abdul não termina aqui. A criança foi resgatada com a mãe, Najlaa, de um esconderijo em Gaza, segundo a Fox News. O local onde estavam escondidos não foi revelado por questões de segurança.
Foi Anthony Aguilar, um antigo funcionário da Gaza Humanitarian Foundation (GHF) - uma organização privada e apoiada pelos EUA a atuar na Faixa de Gaza para distribuição de ajuda humanitária - que colocou a descoberto o caso de Abdul. Começou por tratar o menino por 'Amir' e revelou que viu a criança a ser atingida a tiro por militares das forças israelitas. Nas imagens divulgadas por Aguilar, era possível ver um rapaz a aproximar-se do antigo funcionário enquanto segurava sacos de comida. Quando fazia o caminho de regresso, Aguilar relata que foram ouvidos tiros e que encontrou o menino de oito anos baleado pelas Forças de Defesa de Israel. "Um tiro no tronco e na perna", relatou à Dialogue Works sobre o estado de Abdul, citado pela Fox News.
A Gaza Humanitarian Foundation rescindiu o contrato com Aguilar em junho, de acordo com o adiantado pelos meios de comunicação, e iniciou uma investigação no final do mês de julho para que se tentasse perceber a identidade da criança implicada nos relatos e apurar o sucedido. Depois de conversas com locais na zona da Faixa de Gaza, os membros da organização acabaram por conseguir chegar ao paradeiro de Abdul e da mãe.
Durante o processo foi usado um software de reconhecimento facial, onde se comparou as imagens da criança capturadas por Aguilar no momento relatado, adianta a Fox News. Em declarações ao canal norte-americano, o presidente executivo da organização de ajuda humanitária, Johnnie Moore, diz estar "profundamente aliviado e feliz" pelo desfecho.
Moore referiu ainda que a história ganhou uma proporção internacional muito grande, depois de terem sido "espalhadas alegações não verificadas" quanto à atuação das Forças de Defesa de Israel nas zonas perto dos pontos de distribuição. O presidente executivo alega ainda que o Hamas tentou que não se divulgasse o verdadeiro paradeiro de Abdul. "Isso desacreditaria as alegações de que a GHF e as Forças de Defesa de Israel se envolveram nestes atos", referiu.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt