O piloto do avião grita: "Abre a maldita porta!"

Continuam a ser revelados pormenores da tragédia aérea do voo 4U9525 da Germanwings, que matou 150 pessoas. O diário alemão Bild teve acesso aos registos das caixas negras da aeronave e reconstituiu uma cronologia dos acontecimentos, com base nos diálogos ocorridos no cockpit. A conclusão é simples: o copiloto, Andreas Lubitz teve intenção de causar o acidente.

10h27 – A 38 mil pés de altitude (11.600 metros), o piloto do Airbus A-320, Sondenheimer, pede ao copiloto para "preparar a aterragem em Dusseldörf", ao que Andreas Lubitz responde "Oxalá. Vamos ver…", demonstrando intenção de provocar o acidente.

10h29 – Como o voo tinha saído com algum atraso de Barcelona o piloto não teve tempo de ir à casa de banho. Teria explicado isto a Lubitz, que se oferece para ficar aos comandos do avião na sua ausência. "Podes ficar no comando", diz o comandante, antes de se ouvir o chiar de uma cadeira. Os radares registam a primeira descida de altitude do avião.

10h32 – Os controladores aéreos franceses, em Marselha, tentam contactar o voo. Lubitz já acionou o sistema de descida e nesse momento soa o alarme por perda de altitude. Em seguida, ouve-se uma pancada seca na porta, como se alguém a tentasse abrir com um pontapé. "Por amor de Deus, abre a porta!", grita o comandante.

10h35 – Em segundo plano, começam a ouvir-se gritos de passageiros. O avião está a 7 mil metros de altura. A gravação regista "ruídos metálicos fortes, contra a porta da cabine",  como se esta fosse golpeada com um machado.

10h36 – O voo está a uns meros 5 mil metros do solo. Soa novo alarme e o piloto desespera do outro lado da porta de acesso ao cockpit: "Abre a maldita porta!". Lubitz não responde.

10h38 – A 4 mil metros de altitude, ouve-se o co-piloto a respirar fundo.

10h40 – A asa direita do avião da Germanwings embate contra uma montanha. Ouvem-se mais gritos de passageiros em pânico. Depois, faz-se silêncio.