Advogado acusa Trump de pagar a ex-amantes

Antigo advogado do presidente confessou em tribunal ter recebido ordens para comprar o silêncio de Daniels e Karen McDougal.

23 de agosto de 2018 às 08:26
Donald Trump Foto: Reuters
Donald Trump com a atriz porno Stormy Daniels Foto: Direitos Reservados
Stormy Daniels Foto: Getty Images
Trump com a modelo da Playboy Karen McDougal Foto: Direitos Reservados
Modelo da Playboy Karen McDougal diz ter tido caso com Donald Trump Foto: Getty Images
Michael Cohen Foto: Reuters
Michael Cohen Foto: Reuters

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O presidente dos EUA, Donald Trump, teve esta quarta-feira o pior dia de sempre desde que foi eleito, com dois dos seus ex-colaboradores em tribunal. Um deles foi Michael Cohen.

O antigo advogado de Trump confessou oito crimes graves, entre eles financiamento ilegal de campanha eleitoral. Em causa está uma ordem que terá recebido de Trump para comprar o silêncio de duas ex-amantes do magnata antes das eleições de 2016.

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Cohen fez um acordo que lhe garante redução da pena, de 65 anos para cerca de cinco, em troca de uma confissão que pode vir a revelar segredos ainda mais comprometedores para o presidente. Em causa está o alegado conluio com a Rússia para influenciar as eleições que levaram Trump ao poder.

"Ele está disposto a contar tudo o que sabe sobre Trump", alertou Lanny Davis, advogado de Cohen. E o que sabe é quase tudo. Sabe do encontro entre o filho de Trump e uma delegação russa, em junho de 2016, para revelar segredos sobre Hillary Clinton, a rival democrata nas presidenciais; e sabe também se Trump estava, ou não, a par da operação russa para piratear os computadores de Hillary.

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Para já, Cohen admitiu ter recebido ordens de Trump para, em vésperas das presidenciais, pagar milhares de euros para calar a atriz porno Stormy Daniels e a antiga ‘coelhinha’ da Playboy Karen McDougal.

Os pagamentos violam a lei de campanha eleitoral, já que visaram proteger a imagem pública do candidato, podendo ser considerados financiamentos ilegais. Stormy e McDougal receberam mais de 100 mil euros cada uma, quando o tecto de donativos legais é de cerca de 2300 euros por pessoa.

"Se os pagamentos foram um crime para Cohen, por que não serão um crime para Trump?", perguntou Davis.

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Ex-diretor de campanha presidencial condenado por delitos fiscais e bancários

Os delitos de Manafort foram cometidos antes de trabalhar para o magnata mas o processo foi iniciado graças ao comité que investiga Trump e a Rússia.

Trump elogia Manafort e ataca Michael Cohen

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Quanto a Manafort, condenado ontem, elogiou a "coragem" do ex- -diretor de campanha por, "ao contrário de Cohen, não ceder a pressões e inventar histórias para se safar". Disse, ainda assim, que o caso Manafort nada tem a ver com ele.

PORMENORES 

Risco de destituição

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A lei dos EUA não permite que um presidente em exercício seja julgado, mas as revelações de Cohen podem levar a um processo de destituição de Trump. Contudo, para isso seria necessário a oposição democrata reconquistar, nas eleições de novembro, a maioria nas duas câmaras do Congresso.

Defesa nega "atos ilícitos"

O conselheiro jurídico de Donald Trump disse ontem que as alegações de Cohen "não envolvem o presidente em atos ilícitos". Rudy Giuliani diz mesmo que as acusações ao antigo advogado revelam nele "um padrão de mentiras e desonestidade" que põem em causa o seu caráter e eventuais alegações futuras.

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