Alemanha quer duplicar expulsões de requerentes de asilo
Ministro alemão da Chancelaria considera política “realista”.
A Alemanha pretende duplicar este ano as expulsões de requerentes de asilo, depois de em 2015 ter deportado 22.200 pessoas para os seus países de origem e de 37.220 outras terem decidido regressar de forma voluntária.
O ministro alemão da Chancelaria, Peter Altmaier, encarregado de coordenar a política para os refugiados, considerou "realista" duplicar esses números e lembrou aos Estados federados que são eles os responsáveis pelas expulsões.
Em 2015 entraram no país cerca de 1,1 milhões de requerentes de asilo e, ainda que os números tenham baixado de forma drástica nas últimas semanas, no primeiro trimestre deste ano estima-se que chegaram ao país mais de 173 mil requerentes, segundo os últimos dados divulgados pelo Governo.
Além da falta de documentação e da escassa colaboração de alguns países de origem, que não reconhecem as suas nacionalidades e impedem de facto muitas expulsões, a legislação alemã proíbe repatriar um estrangeiro se existir o risco de sofrer tortura ao regressar ao seu país.
Segundo informou o Ministério do Interior do Estado de Sajonia, partiu na sexta-feira o primeiro voo para devolver à Tunísia imigrantes irregulares daquele país do norte de África.
Um avião charter foi fretado para repatriar 24 tunisinos, uma operação que foi possível no âmbito do acordo bilateral assinado em março para agilizar os repatriamentos.
Aquele ministério acredita que pode realizar repatriamentos semelhantes para Marrocos e Argélia, que este ano foram incluídos juntamente com a Tunísia na lista de países de origem considerados "seguros" para facilitar a tramitação dos pedidos de asilo dos seus nacionais e agilizar as expulsões.
Em fevereiro passado, o ministro alemão do Interior, Thomas de Maizière, concluiu em Rabat um princípio de acordo para repatriar milhares de imigrantes marroquinos chegados ao país como requerentes de asilo, muitos dos quais se fazem passar por sírios.
A lista dos países considerados seguros foi aumentada no final do ano passado e passou a incluir a Albânia, o Kosovo e Montenegro.
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