Arábia Saudita admite morte de jornalista

Após duas semanas a garantirem que estava vivo, os sauditas dizem agora que morreu por acidente durante uma luta.

21 de outubro de 2018 às 01:30
Consulado saudita foi alvo de buscas e perícias da polícia turca, que promete revelar tudo sobre o homicídio e mutilação do jornalista Foto: Osman Orsal/Reuters
2018-10-Jamal Khashoggi foi ao consulado saudita de Istambul no dia 2, para tratar de um documento para casar com uma turca, e nunca mais foi visto saudita2.jpg Foto: Reuters
Trump quer evitar sanções duras Foto: Jonathan Ernst

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Após duas semanas de explicações contraditórias para o desaparecimento de Jamal Khashoggi, a Arábia Saudita admitiu finalmente que o jornalista, crítico do regime do país, está morto. Os sauditas dizem que Khashoggi foi morto por acidente após uma discussão dentro do consulado saudita em Istambul. As autoridades do reino do petróleo ordenaram já a detenção de 18 pessoas e a destituição de cinco altos responsáveis do país.

Entre os destituídos estão o assessor real Saud al-Qhatani e Ahmed al-Assiri, vice-diretor dos serviços de informações e alegado responsável por uma operação que correu mal. Segundo a nova versão saudita, os homens que mataram o jornalista, residente nos EUA, foram a Istambul para tentar convencê-lo a regressar ao seu país.

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"O Reino expressa profundo pesar pelos acontecimentos dolorosos", lê-se no comunicado oficial, que já suscitou reações desencontradas pelo mundo (ver caixas). É que, além de chegar tarde, o comunicado contradiz a versão anterior de que o jornalista saiu vivo do consulado. Também não diz como Khashoggi morreu nem onde está o seu cadáver.

Recorde-se que a Turquia diz ter gravações áudio e vídeo que provam que o jornalista foi torturado, desmembrado e decapitado dento do edifício e promete revelar todos os dados da investigação.

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Trump considera versão saudita "credível"

Donald Trump considerou este sábado "credível" a nova versão da Arábia Saudita sobre uma alegada morte acidental do jornalista Jamal Khashoggi. O presidente dos EUA disse mesmo que a explicação "é um primeiro passo importante" e defendeu que, caso haja sanções ao reino saudita, não devem visar os negócios de armas, pois isso "põe em causa 600 mil empregos". Esta posição contradiz a promessa de punição feita um dia antes.

Guterres pede responsabilização 

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Aliados árabes elogiam

Aliados regionais da Arábia Saudita, entre eles o Egito, o Bahrein e os Emirados Árabes Unidos, elogiaram o rei saudita e manifestaram apoio ao reino.

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Merkel condena sauditas

Angela Merkel considerou "inadequada" a nova versão do caso Khashoggi e instou os sauditas a revelarem "com transparência as circunstâncias da morte".

Turquia exige a verdade

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As autoridades turcas garantem que não vão colaborar no encobrimento de um crime e prometem revelar todos os detalhes.

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