Arábia Saudita não vai extraditar suspeitos de matar Khashoggi

Riade recusa extraditar para a Turquia pessoas suspeitas de estarem envolvidas no assassínio do jornalista saudita.

09 de dezembro de 2018 às 19:23
O jornalista Jamal Khashoggi Foto: Direitos Reservados
2018-10-Jamal Khashoggi foi ao consulado saudita de Istambul no dia 2, para tratar de um documento para casar com uma turca, e nunca mais foi visto saudita2.jpg Foto: Reuters
O jornalista Jamal Khashoggi Foto: Getty Images
O jornalista Jamal Khashoggi foi assassinado em Istambul Foto: Getty Images
Hatice era noiva do jornalista Jamal Khashoggi Foto: Direitos Reservados

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A Turquia pediu na quarta-feira a detenção de duas pessoas próximas do príncipe herdeiro da Arábia Saudita Mohammed bin Salman, no âmbito do caso do assassínio de Khashoggi, em 2 de Outubro, no consulado saudita em Istambul.

"Não extraditamos os nossos cidadãos", declarou Jubeir, numa conferência de imprensa em Riade.

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Segundo a agência estatal turca Anadolu, a justiça turca emitiu mandados de detenção contra Ahmed al-Assiri et Saud al-Qahtani a pedido do procurador-geral de Istambul, que suspeita que os dois homens "fizeram parte dos planeadores" do assassínio.

Após ter afirmado inicialmente que o jornalista crítico do regime saudita tinha abandonado o consulado vivo, Riade reconheceu, sob pressão internacional, que Khashoggi tinha sido assassinado no interior da representação diplomática.

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O mês passado, o procurador-geral saudita anunciou que 11 suspeitos detidos no âmbito do inquérito sobre o assassínio tinham sido acusados e pediu a pena de morte para cinco deles. A identidade dos suspeitos não foi divulgada.

A justiça saudita declarou-se pronta a cooperar com os investigadores turcos que também realizam uma investigação, mas desde o início do caso parece existir desconfiança de parte a parte.

"Em nossa opinião, as autoridades turcas não têm sido tão cooperativas como deviam ser", afirmou Jubeir.

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"Acho interessante que um país que não nos dá informações (...) emita mandados de detenção" e queira que os suspeitos sejam extraditados, adiantou.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, exigiu já por diversas vezes a extradição dos suspeitos detidos por Riade, mas a Arábia Saudita tem insistido que todo o processo deve decorrer no país.

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