Boicote e protestos na tomada de posse do novo Parlamento em Moçambique

Deputados da Renamo e do MDM faltaram à sessão inaugural em protesto contra “desrespeito da vontade dos moçambicanos”.

14 de janeiro de 2025 às 01:30
Lugares vazios na tomada de posse do novo Parlamento Foto: Luísa Nhantumbo/Lusa
Protestos nas ruas de Maputo

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O novo Parlamento moçambicano saído das eleições de outubro tomou ontem posse numa cerimónia marcada pela ausência dos deputados da Renamo e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e acompanhada por novos protestos nas ruas convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Dos 250 deputados que compõem o Parlamento, estiveram presentes apenas 210, 271 da Frelimo e 39 do Podemos, o partido estreante que apoiou a candidatura de Mondlane e que destronou a Renamo como maior força política da oposição.

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Os deputados da Renamo e do MDM estiveram ausentes em protesto contra a alegada fraude eleitoral que deu a vitória à Frelimo. “Esta cerimónia está desprovida de qualquer valor solene e, por isso, constitui um ultraje social e um desrespeito à vontade dos moçambicanos”, afirmou um responsável da Renamo. Já porta-voz do Podemos defendeu a posse dos deputados do partido apesar das críticas de Mondlane. “Nós entendemos que tomar posse nos garante a legitimidade política para continuarmos esta luta do povo”, afirmou Ivandro Massingue, rejeitando qualquer rutura com o candidato apoiado pelo partido, que apelou a paralisações e protestos em todo o país até à tomada de posse do Presidente eleito, Daniel Chapo, marcada para amanhã. Ontem, manifestantes cortaram algumas ruas de Maputo com pneus a arder, tendo sido dispersados pela polícia com disparos e gás lacrimogéneo.

PORMENORES

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“conformados”

O líder do Podemos disse estar “conformado” com os resultados eleitorais que deram a vitória à Frelimo e a Daniel Chapo.

“Coisas não estão bem”

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O ex-Presidente Joaquim Chissano admitiu que há “muitas coisas que não estão bem no país” e o Parlamento deve ajudar a encontrar soluções.

rangel na posse

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, vai representar o Estado português na posse de Daniel Chapo, amanhã.

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