Bolsonaro diz que brasileiros têm de aprender a cuidar de si e a não ficarem à espera que o Governo faça tudo
Presidente brasileiro tem negado a gravidade da pandemia de coronavírus e criticado as medidas restritivas adotadas por governadores.
Irritado com os apelos de ajuda de governadores, autarcas de dezenas de cidades, secretários de saúde regionais e entidades da sociedade ante a pandemia de coronavírus, o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, respondeu que cada um tem de aprender a cuidar de si e não esperar que o governo faça tudo. Bolsonaro disse que se cada família cuidar dos seus idosos e outras pessoas mais vulneráveis, não precisarão de ajuda do governo.
"Os cuidados têm de começar pela própria família. O brasileiro tem de aprender a cuidar dele mesmo, pô!", disparou Bolsonaro falando a simpatizantes e jornalistas junto à entrada do Palácio da Alvorada, residência oficial em Brasília, no final da tarde desta quinta-feira.
Esta sexta, numa publicação nas redes sociais, o presidente brasileiro voltou ao assunto, disparando mais uma declaração tratando-se de um chefe de Estado num momento em que cidadãos são infetados e morrem por todo o país. Sem qualquer hesitação, o governante afirmou que as pessoas não podem ficar à espera que o governo faça tudo.
"A primeira pessoa que tem de se preocupar com o grupo de risco é você, que tem o pai, o avô dentro de casa. Não é esperar que o governo faça alguma coisa. O governo está a fazer, mas não pode fazer tudo o que as pessoas acham que o governo tem de fazer", disse Jair Bolsonaro, respondendo às críticas que tem recebido por não tomar medidas que atenuem as consequências da pandemia de coronavírus que, pelos números divulgados pelo seu próprio governo, até à noite de quinta-feira, quando saiu o mais recente boletim oficial, já tinha infetado 2915 pessoas e morto 77, números que, infelizmente, devem subir muito no novo boletim, esperado para a noite desta sexta.
Na contramão de quase todos os líderes mundiais e contrariando a Organização Mundial de Saúde, OMS e outros especialistas, Bolsonaro tem negado a gravidade da pandemia de coronavírus e criticado as medidas restritivas adotadas por governadores de estado e autarcas. Ele tem reafirmado que a sua preocupação não é com o coronavírus e sim com os efeitos desastrosos que as medidas restritivas provocam na economia, tanto que o seu governo criou uma campanha televisiva para pressionar a reabertura de escolas, comércio e empresas, ignorando alertas de que isso poderá aumentar dramaticamente o número de infetados e de mortes.
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