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Bolsonaro diz que restrições por causa do coronavírus podem ameaçar "normalidade democrática" no Brasil

Presidente brasileiro voltou a acusar a imprensa de espalhar o "pavor" entre a população, avaliou o coronavírus como um mero "resfriadinho".

25 de março de 2020 às 14:01

Numa nova declaração polémica que evidencia a sua subida no tom político e que soou como uma ameaça, o presidente Jair Bolsonaro afirmou esta quarta-feira que o Brasil poderá sair do que chamou "normalidade democrática" se governadores e autarcas não suspenderem imediatamente as medidas restritivas que muitos adotaram em várias regiões do país para tentarem conter o avanço da pandemia de Coronavírus.

Falando à saída do Palácio do Alvorada, residência oficial em Brasília, Bolsonaro insinuou que essas medidas restritivas podem levar ao caos social e político e ameaçar a democracia.

"Se é que o Brasil não possa sair ainda da normalidade democrática que vocês tanto defendem. Ninguém sabe o que pode acontecer no Brasil (se as restrições não forem suspensas)", disse o governante brasileiro, defendendo que se mantenha apenas o isolamento dos mais idosos e de pessoas doentes e que todos os outros cidadãos voltem ao trabalho:"O que precisa ser feito é botar esse povo para trabalhar. Preservar os idosos, preservar aqueles que têm problemas de saúde, mais nada além disso. Caso contrário, o que aconteceu no Chile (revolta social com muitas mortes) vai ser "fichinha" (brincadeira ou coisa sem importância) perto do que acontecerá no Brasil", reforçou Bolsonaro aos jornalistas, no que foi interpretado no mundo político como uma ameaça de rutura democrática.

Na noite anterior, Bolsonaro provocou perplexidade e indignação no mundo político e na sociedade ao menosprezar mais uma vez em discurso em rede nacional de rádio e televisão a gravidade da pandemia de Coronavírus, que até esta terça-feira já infetou 2201 pessoas no Brasil e matou 46.

No discurso, que provocou uma onda nacional de repúdio, Bolsonaro voltou a acusar a imprensa de espalhar o "pavor" entre a população, avaliou o coronavírus como um mero "resfriadinho" e exigiu que governadores e autarcas suspendam imediatamente medidas restritivas como o fechamento de escolas e do comércio, acrescentando que, se o vírus ataca quase só idosos, para quê fechar escolas.

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