Rita Batista
JornalistaDébora Carvalho
JornalistaJosé Sócrates nega que o primo lhe tenha dado 150 mil euros em dinheiro durante férias
Sócrates defende que extratos das contas do primo, José Paulo Pinto de Sousa, mostram que não houve qualquer transferência para a sua conta. O que o MP sustenta é que o dinheiro não passou pelas contas domiciliadas em Portugal e que foi montado um complexo circuito financeiro para fazer chegar o dinheiro à esfera de Sócrates.
A acusação sustenta que o primo lhe pagou as férias no Pine Cliffs, no Algarve.
Juíza: "Quem pagou?"
Sócrates: "Ele, quem mais havia de ser… ele estava lá com a família, pagou ele."
“Mas é mentira que o meu primo tenha levantado 150 mil euros na Suíça e me tenha entregue esse dinheiro nas férias”, acrescenta. “Fui passar férias a pedido dele, fui passar uns dias, entre segunda e sexta”
“O MP diz que o meu primo viajou na sexta na Suíça… mas ele já disse que fez um pagamento a outra pessoa. O meu primo não viajou com 150 mil euros no avião!!! São acusações sem fundamento”, afirma.
Juíza: "A acusação refere várias estadias no Pine Cliffs em 2006… esteve ou não?"
"Peço consideração pelo facto de estarmos a falar de factos de há 20 anos", diz Sócrates.
"É tudo falso do princípio ao fim. Não tem ponta por onde se lhe pegue esta acusação", acrescenta.
Juíza: "O facto de o senhor José Sócrates se juntar à sua família implicava um pagamento adicional de algum quarto? Ou o alojamento onde a sua família estava dava para todos?"
Sócrates: "A ideia que eu tenho é que me transmitiram que dava para todos". "Mas não leve a sério o que está aí [acusação]", diz.
"Estou cansado...", José Sócrates pede uma pausa. Tribunal faz 15 minutos de pausa.
Sócrates nega ter recebido dinheiro de José Paulo Pinto de Sousa enquanto estava no Governo
Juíza quer questionar Sócrates sobre movimentação da conta bancária, mas defesa não quer.
Sócrates: “eu tenho um plano e sei por onde quero começar, não me leve a mal. Quero começar por aquilo de que tenho mais vontade de contrariar. O MP diz que o meu primo, entre 2016 e 2017, me entregou dois milhões, e que era o meu testa de ferro”.
“Esta acusação é de uma violência e maledicência indescritível. Tudo é falso, do princípio ao fim. Nunca o meu primo me entregou dinheiro enquanto eu estava no Governo. O meu primo tinha dinheiro dele na Suíça. É com ele, não comigo.”
Recorde-se de que José Paulo Pinto de Sousa, primo de Sócrates, é também acusado neste processo.
Sócrates exalta-se.
Juíza: "O senhor não está aqui a defender o José Paulo Pinto de Sousa… está a defender os factos que lhes estão imputados."
Sócrates alega que o primo já tinha dinheiro na conta antes da transferência suspeita que o Ministério Público diz ter como destino final Sócrates.
"O MP só faz contas a partir de 2006 e fala como se o meu primo só tivesse aberto a conta para a corrupção! Ele já tinha mais de um milhão de euros na conta”, diz Sócrates.
Sócrates diz só se encontrou com Armando Vara "um ou duas vezes" enquanto este integrou a administração da CGD
Sócrates vai é questionado pela procuradora do Ministério Público.
José Sócrates diz que, durante o período em que Armando Vara integrou a administração da Caixa Geral de Depósitos, encontrou-se com o ele "apenas uma ou duas vezes".
“Não sabia da vida de Armando Vara nem ele da minha. Não falámos sobre como andava a Caixa, se andava bem, se andava mal."
Questionado pela procuradora, ainda sobre o tema de Vale do Lobo, Sócrates dispara: "nem parece que esteve cá esta manhã a senhora procuradora".
A magistrada do Ministério Público pede à juíza para advertir o arguido e, em situações de desrespeito para com o MP, convidá-lo a sair da sala. Sócrates responde: “prisão preventiva, já agora”!!!
O Ministério Público procura saber mais pormenores sobre a demissão de Campos e Cunha. Sócrates garante que só leu a carta de demissão após a mesma ser apreendida.
Recomeça a sessão
Pausa para almoço
Sessão continua em pausa. Vão tentar resolver porblemas técnicos durante o almoço.
Problema técnico impede retoma dos trabalhos
Um problema técnico que estará relacionado com a gravação interrompe os trabalhos, não sendo possível retomar a sessão.
Intervalo na sessão
"Eu não sou responsável pelo que terceiros dizem": Sócrates pede que não seja reproduzida a escuta sobre Vale do Lobo
À medida que José Sócrates vai falando a juíza vai relembrando que os pormenores abordados pelo antigo primeiro-ministro estão no processo. Dessa forma a magistrada tenta poupar tempo e não repetir ideias.
Numa das vezes em que faz esse reparo, José Sócrates responde: "Pois eu sei que está no processo. Eu só me posso pronunciar naquilo que está no processo."
Juíza: "Exatamente. A menos que queira que se reproduzam as escutas onde tais declarações são proferidas."
Sócrates: "Não não é necessário."
"Mas espero que esse critério seja para todos. Não quero que seja reproduzida a escuta. Nas escutas nunca se ouve ninguém dizer que querem que eu faça qualquer tipo de pressão. Eu não sou responsável pelo que terceiros dizem. A escuta em questão não diz respeito a Vale do Lobo. Este episodio é bem revelador porque há um vazio probatório de tudo isto."
“A acusação diz que eu nomeei Armando Vara com intuitos criminosos. Já disse que não nomeei", garante Sócrates
Sócrates nega ter sugerido ou nomeado Armando Vara para a Caixa Geral de Depósitos. "Nunca indiquei ninguém para a CGD, nunca sugeri ninguém, e quando houve uma sugestão eu levantei objeções".
Juíza: "Então, não foi o senhor que nomeou Armando Vara?"
Sócrates: "Não. A acusação diz que eu nomeei Armando Vara com intuitos criminosos. Já disse que não nomeei. Eu não tinha conhecimento de Vale do Lobo, pedidos de financiamentos… o que é falso é que a administração de um banco precise de apoio político! Pensar-se que a CGD deseja tomar uma decisão pensando que podia ter o conforto político?!
10 anos depois, tudo o que podemos dizer sobre Vale do Lobo resume-se naquilo que disse na altura aquando da minha primeira inquirição sobre o caso. Nunca deu qualquer sugestão ou fiz qualquer interferência."
"Estamos a discutir coisas que se passaram há mais de 20 anos!": Sócrates irrita-se em tribunal
Sócrates irrita-se em tribunal.
"Antes de mais quero dizer uma coisa: estamos a discutir coisas que se passaram há mais de 20 anos!! Isso demonstra a violência daquilo que se está aqui a passar."
"Na altura o Teixeira dos Santos disse 'Se houver problema manda para mim que eu respondo!', lembro-me perfeitamente", diz Sócrates.
Relação com Armando Vara é o primeiro ponto em discussão no caso de Vale do Lobo
A relação de Sócrates com Armando Vara é o primeiro ponto em discussão no caso de Vale do Lobo.
Sócrates: "Relação de confiança com Armando Vara? Mal seria se não fosse assim."
Juíza questiona Sócrates sobre a nomeação de Armando Vara na Caixa Geral de Depósitos.
Sócrates: "Disse ao Teixeira dos Santos que achava muito cedo para essa nomeação. Tinha objeções."
Juíza: "Que objeções eram essas? Pode concretizar?"
Sócrates: "Sim, eram essencialmente reservas políticas. Disse que talvez essa decisão fosse um erro. Mas pedi para que ele refletisse sobre isso que eu ia fazer o mesmo. Era uma decisão que podia ser desvantajosa para um governo que estava a iniciar funções. Havia um preconceito enorme contra Armando Vara."
Sócrates quer falar sobre o início do Processo Marquês. Juíza diz que vão falar de Vale do Lobo
Sócrates diz que quer fazer um parênteses e falar sobre o início do Processo Marquês.
Juíza: Vamos voltar ao início? Não vamos a Vale do Lobo?
Sócrates: "Eu como arguido tenho o direito de falar sobre tudo o que está no processo, ou não? Mas, bom, eu sou sensível ao que diz, apesar de eu ter direito a falar sobre o quiser. Ao contrário do que a senhora juíza possa pensar eu quero corresponder à disponibilidade mental do tribunal."
Começa a sessão
Juíza entra na sala
José Sócrates já está na sala e vai falando com o advogado
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