Presidente brasileiro não anunciou medidas para combater a Covid-19, que no Brasil infectou até esta terça 2201 pessoas e matou 46.
Os líderes do Congresso brasileiro, que reúne o Senado e a Câmara dos Deputados, políticos de todos os quadrantes, imprensa e as mais importantes entidades da sociedade, entre elas a Ordem dos Advogados do Brasil, OAB, manifestaram perplexidade e indignação com o discurso feito pelo presidente Jair Bolsonaro na noite desta terça-feira na rádio e na televisão sobre a pandemia de Coronavírus, que ele voltou a negar.
No discurso, o terceiro ao país em rede nacional, Bolsonaro não anunciou uma medida sequer para combater o Coronavírus, que no Brasil infectou até esta terça 2201 pessoas e matou 46.
Enquanto milhares de pessoas foram para as janelas de suas casas por todo o Brasil bater panelas em protesto contra o presidente, no oitavo dia seguido de "panelaços", Bolsonaro atacou novamente a imprensa, que acusou de estar a espalhar "pavor" entre a população, criticou várias vezes medidas restritivas adotadas por estados e cidades para tentarem conter o avanço da doença, como fechamento de escolas e comércio, e exigiu que essas decisões sejam suspensas, para que o Brasil volte "à normalidade".
Repetindo o que tem afirmado insistentemente, contrariando especialistas brasileiros e mundiais, Bolsonaro disse que o Coronavírus atinge apenas pessoas muito idosas, por isso não há razão para fechar escolas, e que, em 90% dos casos, as pessoas infetadas nem vão perceber que contraíram o vírus, que, realçou, a alguns provocará apenas um "resfriadinho".
Davi Alcolumbre, presidente do Senado, um dos primeiros a expressar perplexidade e indignação, considerou as declarações de Bolsonaro "muito graves", por estarem totalmente na contramão do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, OMS, e por especialistas brasileiros e dos principais países do mundo, e acrescentou que o Brasil neste momento esperava e precisava que o presidente exercesse uma liderança firme e séria no combate à pandemia e não que atacasse tudo e todos. Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, avaliou as declarações de Jair Bolsonaro como "totalmente equivocadas", e exortou os brasileiros a ignorarem as palavras de Bolsonaro e a seguirem as recomendações da OMS e do próprio Ministério da Saúde.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, foi mais incisivo e considerou o discurso de Bolsonaro "um dos mais desonestos da história", e também apelou aos brasileiros para ignorarem as palavras do presidente da República. "Entre a ignorância e a ciência, não hesite. Não quebre a quarentena.", declarou.
Líderes partidários de todos os quadrantes, personalidades de diversas áreas da sociedade e a imprensa de forma quase unânime criticaram o discurso, vazio e agressivo, de Bolsonaro, considerando-o "irresponsável" e "muito perigoso", por induzir pessoas a abandonarem as recomendações médicas e colocarem as suas vidas e a de terceiros em risco. Joyce Hasselmann, deputada que já foi líder do governo no Congresso mas passou a criticar Bolsonaro ao deixar o cargo, foi bem direta e afirmou que, como em quase todas as oportunidades que teve de acertar, o presidente sempre errou, e que, ao mostrar orgulho pelos "erros estúpidos" que comete sucessivamente, evidencia não ter sanidade mental.
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