Bolsonaro e Haddad apelam aos votos dos eleitores moderados

Candidato de extrema-direita adota tom moderado e promete “governar para todos”.

09 de outubro de 2018 às 01:30
Jair Bolsonaro venceu a primeira volta das presidenciais Foto: Reuters
Apoiantes de Bolsonaro celebram vitória na primeira volta das presidenciais Foto: Reuters
Apoiantes de Bolsonaro celebram vitória na primeira volta das presidenciais Foto: Reuters
Apoiantes de Bolsonaro celebram vitória na primeira volta das presidenciais Foto: Reuters
Apoiantes de Fernando Haddad Foto: Reuters
Apoiantes de Fernando Haddad Foto: Reuters
Apoiantes de Fernando Haddad Foto: Reuters
Apoiantes de Fernando Haddad Foto: Reuters

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Protagonistas da campanha eleitoral mais extremada dos últimos anos, o vencedor da primeira volta das presidenciais brasileiras, Jair Bolsonaro, do Partido Social Liberal, e o segundo colocado, Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores, moderaram o tom da campanha no lançamento da segunda volta. Nas suas primeiras intervenções públicas após a votação de domingo, ambos falaram em unir o país e evitar radicalismos.

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Num discurso em vídeo divulgado via internet ainda no domingo à noite, Bolsonaro, que teve 46,03% na primeira volta, usou um tom calmo para negar ser autoritário e preconceituoso e garantiu que, se for eleito no dia 28, governará com o mesmo empenho para todos, citando, entre outros, as mulheres, negros e homossexuais, que o acusam de intolerância.

Já ontem, em entrevista a uma estação de rádio, o candidato da extrema-direita manteve o tom e fez uma clara inflexão para tentar ganhar os votos mais ao centro mas, fiel a si mesmo, insinuou que só não foi eleito à primeira porque houve irregularidades nas urnas eletrónicas, que sempre contestou, e avisou que não vai de um momento para o outro transformar-se no "Jairzinho paz e amor", como Lula fez em 2002 para atenuar a imagem de radical.

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FOTO: Lusa
Milhares de brasileiros foram às urnas para escolher o novo presidente
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Bolsonaro é um dos candidatos favoritos à vitória
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Bolsonaro é um dos candidatos favoritos à vitória
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Bolsonaro é um dos candidatos favoritos à vitória
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Haddad é um dos candidatos favoritos à vitória
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Haddad
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Haddad é um dos candidatos favoritos à vitória
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Milhares de brasileiros foram às urnas para escolher o novo presidente
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Milhares de brasileiros foram às urnas para escolher o novo presidente

Também Fernando Haddad fez um claro aceno ao centro num discurso aos apoiantes na avenida Paulista, em São Paulo, após conquistar 29,28% dos votos na primeira volta. O ex-presidente da câmara da maior cidade brasileira lembrou que já foi operador do mercado financeiro, que conhece as regras, e garantiu que, se for eleito, não tomará nenhuma medida radical.

O candidato, que ontem se deslocou à sede da Polícia Federal de Curitiba para acertar estratégias para a segunda volta com o ex-presidente Lula da Silva, disse ainda que quer ser o candidato da união "entre todos os que respeitam a democracia" e que as suas principais armas serão a palavra e os argumentos, numa provocação a Bolsonaro, que defende armar a população para se defender da criminalidade.

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Ambos também prometeram que vão tirar o Brasil da crise, mas avançaram caminhos diferentes. Bolsonaro quer privatizar tudo o que for possível e desregulamentar as relações de trabalho para os empresários investirem mais e criarem mais empregos, enquanto Haddad defende um Estado provedor que deve taxar bancos, grandes empresas e fortunas para o governo ter mais condições de fazer investimento público que garanta empregos e benefícios.

Dilma falha eleição para o Senado 

Uma das grandes derrotadas da noite eleitoral foi a ex-presidente Dilma Rousseff, que não conseguiu ser eleita para o Senado por Minas Gerais.

O PT e Lula da Silva faziam ponto de honra na eleição de Dilma como uma espécie de redenção do "golpe" que a afastou da presidência em 2016, mas ficou em terceiro lugar, com 15,35%.

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Marina perdeu 21 milhões de votos

A veterana ambientalista Marina Silva naufragou completamente nestas eleições. Chegou a estar em segundo lugar nas sondagens mas acabou em oitavo com pouco mais de um milhão de votos (1%).

Em 2014 tinha tido 22 milhões de votos (21%) na primeira volta das presidenciais.

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Se as eleições presidenciais de domingo dependessem do voto dos brasileiros residentes em Portugal, Jair Bolsonaro tinha sido eleito presidente à primeira volta.

De acordo com os resultados parciais divulgados ainda no domingo à noite, o candidato do Partido Social Liberal foi o mais votado nas três assembleias de voto montadas em Lisboa, Porto e Faro, tendo obtido a votação mais expressiva no sul do País, onde chegou aos 59,8% dos votos, à frente de Ciro Gomes (16,8%) e Fernando Haddad (12,8%).

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Em Lisboa, o candidato de extrema-direita conquistou 56% dos votos, enquanto no Porto obteve 57,6%. Cerca de 40 mil brasileiros estavam recenseados para votar em Portugal, tendo muitas pessoas enfrentado longas filas para votar, principalmente no Porto e em Lisboa. Mesmo assim, a abstenção foi elevada.

PORMENORES 

Votação recorde

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Figura central da destituição de Dilma, a advogada Janaína Paschoal, do PSL (partido de Bolsonaro), foi eleita para a Assembleia Legislativa de São Paulo com 2 031 829 votos, tornando-se a deputada mais votada da história do Brasil.

Filhos seguem o pai

Eduardo e Flávio Bolsonaro, filhos do vencedor da primeira volta, Jair Bolsonaro, obtiveram ambos vitórias expressivas no domingo. O primeiro foi eleito deputado federal por São Paulo com 1,8 milhões de votos, um novo recorde, e o segundo teve 4,2 milhões de votos na corrida ao Senado pelo Rio de Janeiro.

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