Brasil ultrapassa as 300 mil mortes por Covid-19 desde o início da pandemia
Em relação ao número de pessoas infetadas no mesmo periodo, Brasil ultrapassou os 12 milhões de contágios.
O Brasil ultrapassou no final da tarde desta quarta-feira, 24 de Março, as 300 mil vidas perdidas para a Covid-19 em um ano de pandemia do Coronavírus no país. A informação foi avançada pelo consórcio de imprensa formado por veículos de informação para monitorizar o avanço da pandemia por os dados divulgados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro não oferecerem credibilidade.
De acordo com esse consórcio, no final da tarde desta quarta-feira o país registava 300.015 mortes em decorrência da Covid-19, cuja primeira morte no Brasil ocorreu em 17 de Março do ano passado, em São Paulo. Em relação ao número de pessoas infetadas pelo Coronavírus no mesmo período, o Brasil ultrapassou um dia antes, terça-feira, outra impressionante marca, a de 12 milhões de contágios.
O novo máximo total de mortes pela doença acontece apenas um dia depois de o Brasil registar pela primeira vez mais de três mil mortes num único dia. Terça-feira, o país contabilizou 3158 óbitos no período de 24 horas.
A velocidade da nova onda de Coronavírus no Brasil também impressiona e mostra que a Covid-19 está totalmente fora de controlo no Brasil. Enquanto para se chegar aos primeiros 50 mil casos foram necessários seis meses de pandemia no ano passado, para passar dos 250 mil para os 300 mil óbitos o país precisou de apenas 21 dias.
Na manhã desta quarta-feira, um ano depois do início da tragédia sanitária, o presidente Jair Bolsonaro criou finalmente um comité nacional anti-Covid, respondendo a inúmeros apelos de governadores, autarcas e médicos para criar uma coordenação nacional de ações contra a doença. Mas relegou para terceiros, como o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, a missão de falar e negociar com governadores de estado e autarcas, pois Bolsonaro não aceita ter qualquer tipo de contacto com gestores regionais e locais que não sejam totalmente alinhados com ele.
O novo ministro da Saúde, o médico cardiologista Marcelo Queiroga, tomou posse esta terça-feira e nesta quarta falou com jornalistas, mas, na linha do que pensa Jair Bolsonaro, deixou claro que não decretará qualquer medida mais restritiva, como confinamento, exatamente a medida que a esmagadora maioria dos governadores e dos autarcas implementou ou vai implementar para tentar ao menos reduzir a velocidade de propagação do vírus.
Amigo da família Bolsonaro há anos, Queiroga perdeu a credibilidade logo ao ser indicado, afirmando que o ministro não tem política de Saúde, apenas executa a política de Saúde definida pelo presidente.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt