Bruxelas quer regras nas vendas online da China
Produtos vendidos na net oferecem riscos sérios para os consumidores.
Impermeáveis para crianças feitos com materiais tóxicos, óculos de sol sem proteção contra raios Ultra-Violeta e chupetas com peças que se soltam facilmente e provocam risco de asfixia. São alguns dos produtos vendidos em plataformas de comércio eletrónico chinesas – como a Shein e a Temu – agora sob a mira de um grupo de eurodeputados. Em declarações ao jornal britânico ‘The Guardian’, Michael McGrath, comissário europeu responsável pela Democracia, Justiça, Estado de Direito e Defesa do Consumidor disse-se “chocado” com os riscos que os consumidores europeus estão a correr e alertou que é preciso “uma resposta firme por parte das instituições europeias”. Disse ainda que a Comissão Europeia está disposta a agir contra a venda de produtos que não cumpram a legislação da União Europeia, aguardando-se neste momento os resultados de uma investigação destinada a recolher provas de incumprimento.
“Temos o dever de proteger os consumidores europeus, mas não só”, declarou McGrath. “Existe também a questão da concorrência para as empresas europeias, que se espera que compitam com vendedores que não cumprem as regras”, acrescentou o comissário.
As declarações surgem dois meses após Bruxelas ter anunciado a imposição de uma taxa fixa de dois euros sobre encomendas de valor inferior a 150 euros efetuadas em lojas chinesas online. A União Europeia, que tem estas plataformas na mira, estima que cerca de 12 milhões de encomendas provenientes da China entrem diariamente no espaço europeu, o que só em 2024 se traduziu em mais de 4,6 mil milhões de envios.
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