Capitão do navio naufragado é preso
Responsável de embarcação acusado de homicídio e tráfico.
As autoridades italianas detiveram o capitão do pesqueiro que naufragou domingo no Mediterrâneo, acusando-o pela tragédia que fez mais de 850 mortos. O capitão do pesqueiro, o tunisino Mohammed Ali Malek, de 27 anos, está entre os 28 resgatados com vida e enfrenta agora acusações de homicídio múltiplo, causar naufrágio e apoio à imigração ilegal. O primeiro-imediato, o sírio Mahmud Bikhit, de 25 anos, também está sob custódia policial.
Segundo a Procuradoria de Catânia, o naufrágio terá ocorrido devido a um erro de navegação que provocou a colisão com o cargueiro português ‘King Jacob’ (o primeiro a prestar auxílio) ou devido ao movimento dos imigrantes, que se precipitaram para o mesmo lado do pesqueiro, fazendo com que se virasse. Alguns sobreviventes dizem que o capitão largou os comandos, deixando o navio à deriva, para se misturar com os passageiros e ser dos primeiros a ser salvo.
As autoridades italianas garantem que "só o comandante do navio de pesca e a sua tripulação são suspeitos do crime" e ilibam o cargueiro português de qualquer responsabilidade. Isto após um elemento da ONU ter dito à CNN que, segundo alguns imigrantes, o naufrágio ocorrera por o ‘King Jacob’ ter colidido com o pesqueiro ou devido a uma grande onda causada pelo cargueiro luso. Mark Clark, diretor de comunicação da empresa que detém o navio, garante que "a embarcação seguia muito devagar e dificilmente faria ondas". Já a Procuradoria de Catânia elogiou a resposta "obediente e rápida para proporcionar socorro" do ‘King Jacob’ e notou que a embarcação ilegal efetuou uma manobra perigosa para forçar a aproximação.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt