Centenas de Mortos, dezenas de desaparecidos e crime a aumentar: a situação em Espanha depois de uma semana com cheias
Autoridades continuam a efetuar buscas e lidam com as fake news que têm sido divulgadas sobre a catástrofe.
Foi classificada como a "pior tragédia da história" de Espanha, já provocou a morte de mais de 200 pessoas e causou o caos em várias regiões do país. As cheias que começaram a afetar o país há mais de uma semana continuam sem dar tréguas. O governo espanhol declarou Valência como zona de catástrofe e as condições climatéricas adversas chegaram à região da Catalunha. As autoridades continuam a efetuar buscas pelos desaparecidos e têm tido a preocupação do aumento de criminalidade nas regiões afetadas, bem como com as fake news que têm sido divulgadas nas redes sociais.
Dezenas de desaparecidos
De acordo com o El País, o último balanço dá conta de 89 desaparecidos, sendo estes apenas referentes aos casos comunicados às autoridades. Acredita-se que este número reduza assim que sejam identificados 62 corpos encontrados pelas equipas de socorro.
Boatos espalhados
Com os vídeos partilhados nas redes sociais das inundações e de vários locais afetados, foi criada a ideia de que o número de mortos da catástrofe seria bastante superior àquele que está a ser comunicado pelas autoridades.
O Vox acusou o governo de Pedro Sánchez de esconder o número real de mortos. “Há centenas delas (vítimas) que o governo está a esconder e a ocultar”, afirmou José Figaredo, secretário-geral do grupo parlamentar do partido.
Um dos casos foi o do parque de estacionamento subterrâneo do centro comercial Bonaire, em Aldaia, Valência, em que foi divulgado, falsamente, que lá teriam mais de 700 pessoas.
Na terça-feira, as autoridades desmentiram esta informação, justificando que, após verificarem todos os carros e efetuarem buscas em 99% das instalações, não foi encontrado nenhum cadáver.
Prejuízos: a reconstrução mais cara da história
O Governo regional Espanhol estima prejuízos de 11 milhões de euros no setor industrial e prevê que para reparar as infraestruturas serão necessários 2600 milhões de euros.
Segundo o El Mundo, a previsão de prejuízos é o dobro do valor face à pandemia em 2020. O governo de Carlos Mazón, do Partido Popular, estima que o plano de reconstrução custará pelo menos 31 402 milhões de euros e tem impacto em mais de 37 mil trabalhadores.
Criminalidade aumenta
A partir do momento em que as regiões espanholas começaram a ser afetadas, começou a registar-se um aumento de roubos. Trinta e nove pessoas foram detidas no espaço de 24 horas na semana passada.
Enquanto alguns fogem com bens de primeira necessidade, outros fogem com bens de luxo. "Isto é como o dia do Juízo Final”, disse à Antena 3 Hélio, morador de Massanassa.
Situação na Catalunha
A Catalunha continua a retomar a normalidade após as fortes chuvas de segunda-feira em Barcelona e Tarragona, que provocaram inundações, encerramentos de estradas e a suspensão de linhas ferroviária.
Plano multimilionário
Na quarta-feira foi aprovado um primeiro pacote de 10, 6 mil milhões de euros em ajudas às populações e empresas afetadas pelas inundações. Segundo o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, estas medidas são "apenas o começo" de um plano de resposta imediata e reconstrução da região de Valência.
A declaração formal de zona de catástrofe foi aprovada pelo Conselho de Ministros de Espanha e permitirá agilizar procedimentos e desbloquear fundos para responder ao impacto das inundações da terça-feira passada e assegurar a reconstrução, afirmou o primeiro-ministro, numa conferência de imprensa em Madrid.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt