Cinco portugueses com dupla nacionalidade entre os presos políticos na Venezuela

Organização não governmental diz que a maioria dos estrangeiros detidos por motivos políticos é colombiana.

18 de setembro de 2025 às 07:33
Bandeira da Venezuela Foto: Getty Images
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A organização não governmental (ONG) Foro Penal avançou que há cinco cidadãos portugueses entre os 89 presos políticos estrangeiros ou com dupla nacionalidade na Venezuela, mais um do que no anterior balanço, divulgado em março.

Num relatório publicado esta quarta-feira, a Foro Penal diz que a maioria dos estrangeiros detidos por motivos políticos é colombiana (21), seguidos dos espanhóis (três).

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Quanto aos venezuelanos com dupla nacionalidade detidos, contam-se entre os presos políticos 13 colombianos, 13 espanhóis, seis italianos e cinco portugueses, referiu a ONG, num balanço divulgado na rede social Instagram.

Em junho, a Foro Penal estimou que existam pelo menos 927 presos políticos na Venezuela, dos quais 758 são civis e cinco são adolescentes, com idades entre os 14 e 17 anos.

A organização afirmou ainda desconhecer o paradeiro de 52 presos políticos.

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A ONG explica que registou, desde 2014, 18.409 detenções políticas na Venezuela, e que apoiou, de forma gratuita, mais de 14 detidos já libertados e outras vítimas de violações dos direitos humanos.

"Além dos presos políticos, mais de 10 mil pessoas continuam sujeitas, arbitrariamente, a medidas restritivas da sua liberdade", sublinhou a Foro Penal.

Em 28 de maio, o Governo venezuelano acusou algumas das principais ONG do país de envolvimento numa "estrutura terrorista", cujo suposto desmantelamento levou à detenção de dirigentes da oposição.

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O ministro do Interior, Diosdado Cabello, afirmou que as ONG Provea, Foro Penal, Médicos Unidos e Maracaibo Posible fazem parte de uma alegada estrutura que planeava "atacar" as residências e embaixadas da Colômbia, Espanha, França e escritórios da ONU, no âmbito de um plano de "boicote" às eleições regionais e legislativas de 25 de maio.

"Não nos importa que inventem que são defensores dos direitos humanos (...), é puro disparate, é mentira (...). Ninguém que se autointitula defensor dos direitos humanos pode fazer declarações que ameacem a tranquilidade de um país", disse.

A Foro Penal é uma das ONG com maior visibilidade no país, dedicando-se a contabilizar os presos políticos na Venezuela.

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