Cruz Vermelha reforça apoio a Cabo Verde após chuvas integrando unidade de emergência

A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) reforçou o apoio aos cabo-verdianos afetados pelas inundações de agosto, integrando uma unidade internacional que visa garantir o acesso a serviços básicos como água potável e saneamento, anunciou esta segunda-feira a instituição.

A Unidade de Resposta de Emergência em Água, Saneamento e Higiene (WASH ERU) é constituída por uma equipa mobilizada pela Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), que intervém em cenários de emergência para garantir o acesso a agua potável, saneamento básico e promoção da higiene às populações afetadas por desastres, conflitos ou surtos de doenças", detalhou a CVP num comunicado enviado à Lusa.

Segundo a organização humanitária, nesta operação internacional Portugal participa com um colaborador da Delegação de Águeda da CVP que "integra a operação em Cabo Verde em articulação com a Cruz Vermelha Espanhola".

A missão no país lusófono visa desenvolver materiais de formação sobre a promoção da higiene e o tratamento de águas, capacitar recursos humanos locais e preparar as comunidades para futuras emergências.

As cheias de 11 de agosto tiveram um impacto devastador, especialmente nas ilhas de São Vicente, São Nicolau e Santo Antão, onde provocaram derrocadas, inundaram bairros, destruíram infraestruturas e afetaram o abastecimento de energia, sendo que um mês após a catástrofe, as consequências ainda se fazem sentir.

"O desastre resultou em, pelo menos, 12 mortos, cinco desaparecidos, 1.500 deslocados e cerca de 119.000 pessoas afetadas, causando graves danos em hospitais, redes de abastecimento de água e mercados, deixando milhares de famílias em situação de grande vulnerabilidade", refere a CVP.

Em coordenação com a IFRC, a Cruz Vermelha "tem liderado operações de socorro em áreas como abrigo, água potável, saúde, apoio psicossocial e distribuição de bens essenciais".

A CVP lançou um apelo de emergência que continua ativo, dado o grande número de necessidades no processo de reconstrução.

A mobilização de especialistas portugueses reforça o compromisso da Cruz Vermelha Portuguesa com a ação humanitária e a resiliência das comunidades, realçou o presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, António Saraiva.

A organização disse ainda que vai continuar a acompanhar a situação em Cabo Verde e a apoiar a resposta humanitária em curso.