Desafio independentista da Catalunha domina debate de candidatos
Sánchez atacado por não rejeitar taxativamente o apoio dos partidos independentistas.
O desafio independentista da Catalunha dominou na segunda-feira à noite o único debate televisivo entre os principais candidatos às eleições espanholas do próximo domingo, com os partidos de direita a acusarem o PM Pedro Sánchez de falta de firmeza na reposição da ordem pública para não antagonizar os partidos independentistas de cujos votos pode vir a precisar.
Numa altura em que as sondagens indicam que um terço dos espanhóis ainda estão indecisos em quem votar naquelas que serão as quartas eleições em quatro anos, Pedro Sánchez (PSOE), Pablo Casado (PP), Albert Rivera (Cidadãos), Pablo Iglesias (Unidas Podemos) e Santiago Abascal (Vox) mediram forças num debate por vezes tenso e marcado pelos ataques de parte a parte.
A questão da Catalunha abriu o debate e esteve na origem de alguns dos ataques mais incisivos contra Sánchez. O líder do PP foi o mais agressivo, perguntando várias vezes ao primeiro-ministro se considera a Catalunha como nação e Espanha como um "país de nações".
Sánchez evitou responder, levando Casado a acusá-lo de abraçar os independentistas "porque precisa dos seus votos". "Uma pessoa que não acredita na nação espanhola não merece presidi-la", disparou.
O líder socialista tentou mostrar firmeza, prometendo criminalizar os referendos ilegais como aquele que foi realizado na Catalunha e acusando o PP de nada ter feito para travar essa consulta, mas recusou responder quando questionado se aceitaria ser investido com os votos dos independentistas.
O debate ficou ainda marcado pela insistência de Iglesias numa coligação com o PSOE, que Sánchez voltou a rejeitar, instando antes os partidos da oposição e, em particular, a direita, a "comprometerem-se a permitir que governe a lista mais votada", numa tentativa de evitar novo bloqueio pós-eleitoral.
Pormenores
Constitucional adverte
O Tribunal Constitucional espanhol anulou esta terça-feira várias resoluções pró-independência aprovadas pelo Parlamento da Catalunha e avisou o presidente daquele órgão, Roger Torrent, de que poderá incorrer em responsabilidades penais se insistir em desafiar a Justiça.
Mandado europeu
O Supremo Tribunal reativou o mandado europeu de detenção contra os ex-conselheiros catalães Toni Comín, Lluís Puig e Clara Ponsatí, que fugiram de Espanha em outubro de 2017 juntamente com o ex-líder catalão Carles Puigdemont.
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