Desflorestação na Amazónia diminui 61% no primeiro mês sem Bolsonaro
Em janeiro de 2022 a área de floresta devastada foi de 430 quilómetros quadrados.
A devastação na floresta amazónica brasileira caiu 61% no passado mês de janeiro, o primeiro sem Jair Bolsonaro na presidência do Brasil. Os dados foram divulgados agora pelo INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que monitoriza a floresta em tempo real.
Em janeiro, segundo o INPE, fortemente atacado por Bolsonaro nos quatro anos do seu governo por divulgar o avanço da invasão e da destruição da Amazónia, foram destruídos por queimadas ou queda de árvores 167 quilómetros quadrados de floresta. Um ano antes, em janeiro de 2022, início do último ano de governo do antigo presidente, a área de floresta devastada foi de 430 quilómetros quadrados, muito acima do registado quando Bolsonaro chegou ao poder, em janeiro de 2019, que foi de 130 quilómetros quadrados.
Exactamente por ser o último ano de Jair Bolsonaro na presidência e os invasores temerem que o novo p.residente, Lula da Silva, tomasse medidas para reduzir drasticamente o ritmo de devastação da Amazónia, agricultores e pecuaristas ilegais, madeireiros e garimpeiros avançaram sobre a floresta com inusitada sanha, para tentarem ampliar o mais possível os seus domínios enquanto estava no poder um presidente que defendia a ocupação e a exploração comercial da floresta. Por isso, 2022 terminou tristemente como o ano da maior devastação da Amazónia desde que a monitorização da floresta começou a ser feita pelo INPE, tendo sido desflorestados nesse ano impressionantes 10.573 quilómetros quadrados.
A redução da devastação na Amazónia verificada em janeiro nem precisou de medidas enérgicas de Lula para preservar a floresta, que só começaram a ser colocadas em prática no terreno este mês de fevereiro, como na reserva dos Yanomami, no estado de Roraima, invadida por mais de 20 mil garimpeiros. Com a derrota de Bolsonaro nas presidenciais de outubro passado e a fuga dele para os EUA na véspera de perder o mandato e a imunidade que o cargo lhe dava, os destruidores da Amazónia sentiram-se desamparados e sem a garantia de impunidade que o ex-governante lhes dava, e pararam de derrubar árvores e promover queimadas para abrir clareiras, receando represálias do novo governo.
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