Dois agentes detidos por tentativa de rapto de filho de empresário em Moçambique
Vítima estava a ser supostamente perseguida, mas conseguiu escapar "até um ponto, onde comunicou às autoridades" o ocorrido.
A polícia moçambicana deteve três pessoas, entre as quais dois agentes, que terão tentado raptar o filho de um empresário na cidade de Chimoio, capital provincial de Manica, centro do país, anunciou esta segunda-feira fonte da corporação.
A tentativa de rapto ocorreu na noite de sábado. A vítima, que estava a ser supostamente perseguida pelo grupo, conseguiu escapar "até um ponto, onde comunicou às autoridades" o ocorrido, disse Amedy Bulacho, porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic) em Manica, citado esta segunda-feira pela televisão privada STV.
"Estão a ser feitos trabalhos para perceber quem são os outros membros da quadrilha para a sua responsabilização", referiu o porta-voz.
Entre os detidos está um agente de proteção pública, um guarda prisional e um motorista de um centro comercial local.
Os agentes, que não estavam em serviço, negam as acusações e afirmam ter perseguido o jovem porque estava a consumir drogas.
"Ficámos espantados e indignados ao ouvir que o estávamos a tentar raptar, mas não foi isso o que aconteceu. O que nós queríamos era neutralizar o indivíduo e encaminhar à subunidade mais próxima", referiu o agente de proteção pública.
A Procuradoria-Geral da República já admitiu o envolvimento de magistrados, advogados e investigadores da polícia na preparação dos raptos.
O Ministério Público moçambicano acusou 11 agentes da brigada de anti-raptos dos Serviços de Investigação Criminal de tentar raptar uma suposta traficante de drogas no Município da Matola, província de Maputo.
Algumas cidades moçambicanas, principalmente as capitais provinciais, voltaram a ser afetadas desde 2020 por uma onda de raptos, visando principalmente empresários ou seus familiares.
Numa avaliação sobre a criminalidade, apresentada no início do mês de maio, a procuradora-geral da República de Moçambique referiu que os crimes de rapto têm vindo a aumentar e os grupos criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como a África do Sul.
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