Dois polícias turcos condenados a 10 anos de prisão
Polícia foram condenados por terem assassinado um manifestante.
Um tribunal da Turquia condenou esta quarta-feira dois polícias a dez anos de prisão pelo espancamento até à morte de um manifestante adolescente durante os protestos de 2013 contra o regime islamo-conservador de Recep Tayyip Erdogan.
O tribunal da cidade de Kayseri (centro) condenou Mevlut Saldogan a 10 anos e 10 meses de prisão e Yalcin Akbulut a 10 anos de prisão pelo homicídio de Ali Ismail Korkamz, de 19 anos, a 2 de junho de 2013 em Eskisehir (oeste). O Ministério Público tinha pedido a condenação dos arguidos a prisão perpétua, mas o tribunal descartou que o homicídio tenha sido premeditado, o que reduziu a moldura penal aplicável.
A leitura da sentença provocou grande agitação na sala do tribunal, com familiares de Korkmaz a gritarem "são todos assassinos" e "o Estado assassino será responsabilizado", segundo a agência France Presse. À porta do tribunal, onde cerca de mil manifestantes aguardavam a leitura da sentença, incidentes opuseram manifestantes à polícia, que recorreu a gás lacrimogéneo e canhões de água para dispersar a multidão. Além dos dois polícias, três comerciantes foram condenados a penas de seis anos de prisão por participação no espancamento e um quarto recebeu uma sentença de três anos e quatro meses.
Dois outros polícias foram absolvidos por falta de provas. Korkmaz morreu depois de ter sido agredido com tacos de beisebol e bastões, naquele que foi um dos mais destacados exemplos de brutalidade policial nas manifestações. O jovem sofreu uma hemorragia cerebral e morreu após 38 dias em coma.
Korkmaz foi uma das oito pessoas mortas durante as três semanas de protestos de junho de 2013, desencadeados por um projeto de construção para um parque de Istambul que evoluíram para um protesto nacional contra Erdogan, então primeiro-ministro e atualmente presidente.
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