A edição de hoje
Agricultores franceses bloquearam principais autoestradas do país com tratores.
Vários camionistas portugueses, presos nas autoestradas de França devido à greve dos agricultores, desde pelo menos terça-feira, podem não conseguir regressar a casa a tempo do Natal.
Não é a primeira vez que José Almeida, motorista há 30 anos, passa por uma situação semelhante. A crise política francesa e as frequentes greves já afetam o dia-a-dia dos motoristas que nesse país operam. "Temos sido bombardeados com várias greves", afirmou o trabalhador ao Correio da Manhã.
Esta terça-feira, José ficou preso numa autoestrada e não tem perspetivas de quando poderá voltar a seguir o caminho. E se a situação se mantiver, poderá não conseguir regressar a casa para o Natal.
Mas como José, existem muitos portugueses na mesma situação. O camionista trabalha para uma empresa especializada em transportes de mercadoria de Marco de Canaveses, Euro Ariz. Manuela Teixeira, gerente da firma, indicou ao CM que tem três motoristas presos nas autoestradas francesas, mas garante que há "centenas" de camionistas portugueses a sofrer os impactos da greve.
A gerente disse que a greve durará pelo menos até sexta-feira, mas se se prolongar o regresso dos motoristas ao País para o Natal ficará em causa.
"Eles estão a ficar preocupados que não consigam vir [a Portugal] para o Natal", lamentou Manuela. A gerente, embora tenha receio pois não quer deixar os camiões na estrada, assegurou: "não os vou deixar lá ficar". "Não quero que os meus motoristas passem o Natal fora", acrescentou.
Os agricultores franceses bloquearam várias autoestradas no país, no âmbito de protestos contra o abate de gado doente. Em resposta a uma epidemia de dermatite contagiosa, foi implementada uma política governamental de saúde animal que determinava o abate dos animais doentes.
Segundo os meios de comunicação franceses, vários tratores estão a bloquear as principais autoestradas do país.
O acordo do Mercosul agravou a tensão entre o governo francês e os agricultores. A França rejeitou, esta quarta-feira, um acordo comercial entre a União Europeia e os países do Mercosul. O acordo iria progressivamente retirar as tarifas na maioria dos produtos comercializados entre ambos os blocos durante 15 anos.
O acordo está em negociação há 25 anos e abrangeria uma mercado de 780 milhões de pessoas e um quarto do produto interno bruto mundial.
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