EUA, Canadá e 14 países da UE expulsam diplomatas russos
Medidas são resposta ao envenenamento do espião Serguei Skriapl.
Catorze países da UE vão expulsar diplomatas russos em resposta ao caso do envenenamento do antigo espião duplo Serguei Skriapl, no Reino Unido, e cuja responsabilidade está a ser atribuída ao Kremlin.
A informação está a ser difundida pela AFP, citando o Sueddeutsche Zeitung. A mesma agência revelou também que os EUA vão expulsar 60 agentes russos a operar em território norte-americano, assim como o Canadá.
O ex-espião duplo de origem russa Serguei Skripal, de 66 anos, e a sua filha Yulia, de 33 anos, foram encontrados inconscientes no dia 4 de Março, num banco num centro comercial em Salisbury, no sul de Inglaterra.
A UE pôs-se na quinta-feira passada ao lado do Reino Unido - que acusa a Rússia de envenenar o ex-espião e a filha Iulia em solo britânico.
Vários países europeus anunciaram na sexta-feira que tomariam medidas em relação à Rússia, como expulsão de diplomatas. Até agora, a expulsão de diplomatas russos foi anunciada pelos Estados Unidos, Canadá e 14 Estados-membros da União Europeia, entre eles a Alemanha, Reino Unido, França, Polónia, a República Checa, Lituânia, Itália, Holanda, Dinamarca, Espanha, Noruega, Estónia e Ucrânia.
Portugal não se inclui nesta lista.
Londres já expulsou 23 diplomatas russos, medida que Moscovo replicou, além de anunciar o fim da atividade do British Council no seu território.
Resposta à expulsão de diplomatas será "recíproca" e decidida por Putin
A Rússia vai responder de forma "recíproca" às expulsões de diplomatas russos por países da UE e outros ocidentais, como os Estados Unidos, hoje anunciadas, mas a decisão final será adotada pelo Presidente Vladimir Putin, referiu o Kremlin.
"Temos de analisar a situação. O ministério dos Negócios Estrangeiros fará a sua análise e vão ser apresentadas propostas ao Presidente sobre as medidas de resposta. A decisão definitiva será adotada pelo chefe de Estado", disse aos jornalistas o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
O mesmo responsável assinalou ainda que a Rússia vai aplicar "como sempre, o princípio da reciprocidade".
Bélgica realiza Conselho de Ministros para avaliar se expulsa diplomatas russos
O Governo belga realiza na terça-feira um Conselho de Ministros "restrito" para avaliar se expulsa ou não algum diplomata russo, noticiou esta segunda-feira o diário belga Le Soir.
O diário explica que a situação da Bélgica é "especial", porque os diplomatas russos estão acreditados em Bruxelas de forma bilateral com a Bélgica, mas também junto da UE e da NATO.
O primeiro-ministro da Bélgica, Charles Michel, pediu à Rússia no passado dia 15 de março mais "colaboração" para esclarecer o envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal, e da sua filha Yulia, em Salisbury, no Reino Unido. O ataque com um gás neurotóxico contra Skripal e a filha, disse Michel, constituiu "um sério ataque contra a segurança da população".
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