Morreu o ex-primeiro-ministro japonês baleado durante comício em Nara

Suspeito do ataque já foi detido e é um ex-membro do exército japonês.

08 de julho de 2022 às 07:11
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O antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe foi esta sexta-feira alvo de um ataque durante um comício na cidade de Nara. Uma emissora estatal japonesa avançou que Shinzo Abe não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer no hospital. 

Shinzo Abe participava num comício eleitoral do Partido Liberal Democrático (PLD) para as eleições parlamentares de 10 de julho, quando foram ouvidos tiros, disse a emissora estatal NHK e a agência noticiosa Kyodo. 

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Abe, de 67 anos, foi transportado de ambulância para um hospital perto da estação Kintetsu Yamato-Saidaiji, acrescentou o jornal Yomiuri Shimbun. 

O ex-primeiro-ministro bateu recordes de longevidade na liderança do país e resistiu a numerosos escândalos políticos e financeiros que envolveram também a sua família. Abe deixara há quase dois anos o cargo de primeiro-ministro por razões de saúde.

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O nacionalista pragmático tinha 52 anos quando se tornou chefe de Governo pela primeira vez em 2006, o mais jovem da história do seu país no pós-guerra.

O Governo japonês condenou o ataque ao antigo primeiro-ministro Shinzo Abe e disse que ainda está a recolher informações sobre o seu estado de saúde. "Esta barbárie não pode ser tolerada, independentemente da razão da pessoa, por isso condenamo-la fortemente e faremos o nosso melhor para ajudar", disse o porta-voz do Governo nipónico, Hirokazu Matsuno.

Matsuno não deu mais informações sobre a saúde de Abe, que os serviços de emergência disseram estar em paragem cardiorrespiratória quando foi transportado para o hospital.

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O embaixador dos EUA no Japão, Rahm Emanuel, manifestou-se "triste e chocado" com o ataque. "Estamos todos tristes e chocados com o ataque contra o antigo primeiro-ministro, Abe Shinzo. Abe foi um líder notável do Japão e um aliado firme dos Estados Unidos. O Governo e o povo americano rezam pelo seu bem-estar, da sua família e do povo japonês", afirmou em comunicado.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, manifestou-se "chocado e entristecido com o ataque cobarde" contra o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, baleado durante uma ação de campanha.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse estar "triste e consternado" com o ataque "desprezível", também numa publicação na rede social Twitter.

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"Profundamente perturbado pelo ataque ao meu querido amigo Abe", reagiu o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, igualmente no Twitter. "Os nossos pensamentos e orações estão com ele, com a sua família e o povo japonês", acrescentou.

O Ministro dos negócios Estrangeiros chinês disse que o país está em "choque" face ao ataque contra o ex-primeiro-ministro. "Seguimos a evolução da situação e esperamos que [Shinzo Abe] venha a ficar fora de perigo e que consiga restabelecer-se rapidamente", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, numa conferência de imprensa em Pequim. 

O mesmo porta-voz endereçou cumprimentos à família do ex-primeiro-ministro conservador do Japão.

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Suspeito de ataque a ex-primeiro ministro é um ex-membro do exército japonês

O suspeito do ataque ao ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe é um desempregado de 41 anos e ex-membro da força naval do país, anunciou esta sexta-feira a polícia japonesa.

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