Extrema-direita brasileira pressiona criança violada pelo tio a não abortar
Grupo de fundamentalistas religiosos reuniu-se à porta do hospital para protestar contra a aborto da menina. Chamaram "assassinos" ao médico e família da criança.
Uma criança de 10 anos, violada pelo tio no Brasil, foi pressionada por um grupo de extrema-direita a não abortar. O grupo juntou-se à porta do hospital onde a menina iria realizar o procedimento - que é legal naquele país - e gritou "assassinos" para o médico e família da criança.
Foi através de Sara Winter, militante de extrema-direita, que o grupo teve acesso aos dados da criança e ao local onde esta iria pôr termo à gravidez.
A lei brasileira permite o aborto em caso de gravidez fruto de uma violação. O tio de menina, de 33 anos, foi indiciado pelo crime e está foragido.
O Ministério Público vai investigar áudios e conversas de grupos que terão pressionado a família da menina a não autorizar o aborto.
Após os médicos aconselharem a interrupção da gravidez por claro risco tanto para a menina quanto para o feto, como aliás prevê a legislação brasileira para casos como este, a Internet explodiu em mensagens sobre o assunto, que rapidamente chegou aos mais comentados das redes sociais. Enquanto uns defendiam a interrupção da gravidez de alto risco e resultado de um crime sexual, outros defenderam veementemente que a menor tivesse a criança, alegando que, para Deus, interromper a vida do bebé que a menor espera é um crime ainda mais grave do que a violação que ela sofreu.
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