Extrema-direita exige eleições em França
Governo deverá cair segunda-feira. Cabe ao Presidente Macron decidir o passo seguinte
A menos de uma semana do Parlamento francês votar a moção de confiança apresentada pelo governo do primeiro-ministro François Bayrou, a extrema-direita veio exigir a realização de eleições antecipadas, caso a moção seja rejeitada.
Em causa, a aprovação do Orçamento de Estado para 2026 e o corte de 44 mil milhões de euros proposto pelo executivo de Bayrou para equilibrar o défice público, que atingiu 5,8% do PIB em 2024 e este ano deverá situar-se nos 5,4% do PIB.
Bayrou tem-se desdobrado em contactos, por forma a garantir a aprovação do voto de confiança, mas, até agora, sem resultados práticos. O Rassemblement National, de Marine Le Pen e Jordan Bardella, com quem Bayrou esteve ontem reunido, já veio dizer que é tarde para negociações e que a eventual queda do executivo deve conduzir à convocação de eleições antecipadas.
Tal como a extrema-direita, também a esquerda deverá votar desfavoravelmente a moção de confiança.
Para a extrema-direita, os cortes deveriam incidir na despesa pública com a imigração e na contribuição da França para o orçamento da UE.
Com a queda do Governo, caberá ao Presidente francês a resolução da crise política. Emmanuel Macron, que tem descartado repetidamente uma nova ida às urnas, tem de decidir se nomeia um novo primeiro-ministro, que reúna o apoio da maioria do Parlamento, ou se terá mesmo de convocar eleições gerais antecipadas.
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