Filha de Gisèle Pelicot defende que o pai "devia morrer na prisão"

Darian acredita também ter sido drogada pelo pai.

11 de janeiro de 2025 às 14:08
Darian e David Pelicot, filhos de Gisèle e Dominique Foto: Alexandre Dimou/Reuters
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A filha de Gisèle Pelicot defendeu que o pai "devia morrer na prisão", numa entrevista a Emma Barnett, no programa Today da BBC Radio, em que falou pela primeira vez sobre o caso.

Darian diz que, a partir do momento em que descobriu a verdade, não voltou a saber o que era "uma vida normal", cita o Mirror. A filha de Gisèle também acredita que o pai a drogou com o intuito de a violar. “Sei que ele me drogou, provavelmente para abuso sexual. Mas não tenho provas”, disse. Para Darian, as memórias com o pai num papel fraternal desapareceram e deram lugar à imagem de um criminoso. Agora, refugia-se na luta pelas vítimas invisíveis de abusos. “Mas tenho o ADN dele e a principal razão pela qual estou tão empenhada nas vítimas invisíveis é também, para mim, uma forma de me distanciar verdadeiramente deste homem. Sou totalmente diferente de Dominique”, explica.

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A filha de Gisèle e Dominique ressalta o facto de a não existência de provas ser o que impede várias vítimas de prosseguir com as acusações. “Elas não são acreditadas porque não há provas. Não são ouvidas, não são apoiadas”, refere. 

Dominique Pelicot, de 72 anos, foi condenado a 20 anos de prisão por drogar a mulher e chamar homens para violá-la, durante cerca de uma década. O agora ex-marido misturou tranquilizantes na comida e na bebida da mulher para a deixar inconsciente. Depois, convidou estranhos que conheceu na Internet para participarem em fantasias sórdidas de violação e abuso que encenou com eles e filmou na casa de repouso do casal na pequena cidade provençal de Mazan e noutros locais.

O acusado só poderá pedir a libertação antecipada quando tiver cumprido pelo menos dois terços da pena, indica a mesma fonte.

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Os restantes 50 culpados de violação, tentativa de violação e agressão sexual contra Gisèle Pelicot  foram condenados a sentenças entre três e 15 anos de prisão. 

O caso chocou França e o Mundo pela sua barbaridade, mas também pelo facto de Gisèle ter esolhido dar a cara, referindo que a vergonha não é da vítima, mas sim do violador. A atitude tornou-a um símbolo feminista. 

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