Irão condena uso de armas químicas e responsabiliza "terroristas"
Teerão acusa Ocidente de se precipitar na atribuição do ataque ao governo Sírio.
As autoridades iranianas condenaram esta quarta-feira o uso de armas químicas na Síria e pediram que os terroristas que operam no país "sejam desarmados", depois do alegado ataque químico de terça-feira a Khan Cheikhoun, no noroeste da Síria.
Num comunicado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Bahram Qasemi, declarou que o seu país "condena com firmeza qualquer uso de armas químicas".
Qasemi também afirmou que o Irão sempre acreditou que os grupos terroristas na Síria "transportavam, armazenavam e atacavam com armas químicas".
O porta-voz pediu para que se evite "qualquer propaganda e juízo precipitado e qualquer acusação que possa beneficiar certos atores", referindo-se ao facto do Ocidente ter acusado Damasco do alegado ataque.
A nota lamentou que um dos objetivos deste ataque "seja interferir e perturbar o processo político para consolidar um cessar-fogo" na Síria.
O Irão é, juntamente com a Rússia, um dos principais aliados do Presidente sírio, Bashar al Assad, que apoia com assessores militares e milicianos.
A Rússia, por seu lado, assegurou esta quarta-feira que a aviação síria bombardeou na terça-feira um depósito de armas dos rebeldes que continha uma fábrica para a produção de armas "tóxicas" destinadas ao Iraque.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que algumas das vítimas do presumível ataque apresentam sintomas de exposição a uma categoria de produtos químicos que inclui os agentes neurotóxicos.
Com este anúncio, a OMS confirma que o ataque de Khan Cheikhoun (província de Idleb, noroeste da Síria) - que resultou na morte de 72 pessoas, incluindo 20 crianças - reúne todos os indícios de ter envolvido armas químicas.
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