Itália também pede aos seus cidadãos que deixem a Ucrânia devido a tensões com a Rússia
País retirou pessoal não essencial da embaixada em Kiev, que permanecerá "plenamente operacional".
A Itália aconselhou este sábado os seus cidadãos a deixar temporariamente a Ucrânia devido a tensões com a Rússia e retirou pessoal não essencial da sua embaixada em Kiev, que permanecerá "plenamente operacional".
"Em relação à situação atual, como precaução, os nacionais são convidados a deixar temporariamente a Ucrânia por meios comerciais disponíveis", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros em Roma, citado pela agência espanhola EFE.
O Governo recomendou também o adiamento de "todas as viagens não essenciais" para a Ucrânia e que os italianos que tenham de permanecer no país da Europa de Leste descarreguem uma aplicação de geolocalização da Unidade de Crise do ministério.
Já depois da divulgação do alerta de viagem, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Luigi Di Maio, anunciou a decisão de "retirar pessoal não essencial" da embaixada em Kiev.
A embaixada italiana "permanecerá plenamente operacional", segundo a declaração divulgada após uma reunião de Unidade de Crise.
A medida foi tomada de acordo com as embaixadas da União Europeia (UE) na Ucrânia, segundo a EFE.
Roma segue, assim, outros países que pediram aos seus cidadãos na Ucrânia para que deixem o país.
A lista inclui Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Noruega, Dinamarca, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Espanha, Israel, Austrália, Nova Zelândia, Japão, Iraque e Kuwait.
Estes apelos seguiram-se à declaração dos Estados Unidos de que a Rússia poderá invadir a Ucrânia "a qualquer momento" nos próximos dias.
A Rússia nega a sua intenção de invadir a Ucrânia, mas continua a aumentar a sua presença militar na fronteira do país vizinho.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, apelou ao diálogo e a "sanções graves" contra a Rússia em caso de invasão numa videoconferência com vários líderes na sexta-feira à tarde, segundo fontes italianas citadas pela EFE.
Participaram na reunião os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, da França, Emmanuel Macron, da Polónia, Andrzej Duda, e da Roménia, Klaus Iohannis.
A reunião contou também com a participação dos chefes dos governos da Alemanha, Olaf Scholz, Reino Unido, Boris Johnson, e do Canadá, Justin Trudeau.
Participaram ainda a presidente da Comissão Europeia, Ursula von Der Leyen, o chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Jens Stoltenberg.
Os líderes aliados pediram para que a via do diálogo com Moscovo seja mantida aberta, mas mostrando uma "firme posição dissuasiva".
Estudaram também as sanções que serão adotadas em caso de agressão contra a integridade territorial da Ucrânia.
A atual crise começou com a concentração, ainda em 2021, de dezenas de milhares de tropas russas perto das fronteiras da Ucrânia.
O Ocidente vê nessa concentração militar a intenção russa de invadir novamente a Ucrânia, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança.
Essas exigências incluem garantias juridicamente válidas de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e o regresso das tropas aliadas nos países vizinhos às posições anteriores a 1997.
Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), incluindo Portugal, recusaram tais exigências.
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