Jornalista Sandra Felgueiras acusa PJ portuguesa de negligência no caso Maddie
Documentário da Netflix inclui testemunhos de investigadores e jornalistas que acompanharam o desaparecimento da menina inglesa.
O documentário da plataforma de 'streaming' Netflix sobre o caso do desaparecimento de Madeleine McCann tem vindo a agitar um dos casos mais misteriosos e mediáticos de todos os tempos.Além dos investigadores que participaram no caso, a série recorre aos testemunhos de alguns jornalistas que acompanharam a par e passo o desaparecimento da filha de Kate e Gerry McCann, em maio de 2007, na Praia da Luz, Algarve.A jornalista da RTP Sandra Felgueiras, que fez uma entrevista aos pais de Madeleine, revela alguns pormenores do caso.Se, inicialmente, seguia a linha da investigação portuguesa - que apontava os pais de Maddie como os principais suspeitos do desaparecimento da filha - a jornalista reconhece, ao longo de vários episódios, que chegou a "um ponto de viragem".No episódio número cinco (a série tem oito, de uma hora cada), a jornalista fez duras críticas à Polícia Judiciária. "Tenho muitas fontes dentro da PJ e falei com muita gente de lá, disseram-me que encontraram fortes provas dentro do carro e no apartamento dos McCann", revela Sandra Felgueiras, referindo-se ao sangue e vestígios de ADN que terão sido encontrados no carro e apartamento de Kate e Gerry McCann.Preplexa com o facto de, afinal, as provas serem inconclusivas, a jornalista afirma que lhe mentiram. "As minhas fontes internas mentiram-me. Liguei ao Amaral (na altura o inspetor a cargo do caso) e perguntei-lhe: 'o que é isto'? O ADN encontrado dentro do carro e apartamento dos McCann podia ser de qualquer pessoa!"
A jornalista chega mesmo a acusar a PJ portuguesa de negligência. "A partir dai percebi que a intenção da PJ não era honesta", acrescenta.
Questionado sobre as afirmações da jornalista, Gonçalo Amaral - antigo inspetor da polícia judiaria - recusa ter-lhe passado informação: "Eu nunca informei a Sandra Felgueiras sobre quaisquer pormenores da investigação".
O documentário da Netflix ficou disponível a 15 de março e aponta as várias linhas de investigação que foram seguidas, quer pelas polícias portuguesa e inglesa, quer por investigadores privados. Explora, sobretudo, a hipótese de Maddie ter sido raptada por uma rede de traficantes e admite a possibilidade de ela ainda estar viva.
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