Juiz que travou Lula em manifs contra governo
Itagiba também fez posts no Facebook contra Lula e Dilma
Mais uma polémica a adensar os dias frenéticos que se vivem no Brasil. O juiz federal Itagiba Catta Preta Neto - o homem que travou a nomeação de Lula para ministro da Casa Civil de Lima - já participou em manifestações contra o governo de Dilma. Para além disso, publicou vários posts no Facebook em que ridiculariza tanto a Presidente da República como o seu antecessor, Lula da Silva.
O juiz chegou a suspender a sua conta no Facebook, mas voltou a ativá-la na manhã desta sexta-feira, sem apagar os posts mais polémicos. Deixou uma mensagem aos seguidores na rede social: "Amigos. Decidimos tirar minha página do Facebook do ar, hoje pela manhã, a fim de evitar alguns inconvenientes. Cá estou de novo. Apenas esclareço que não foi uma atitude decorrente de medo ou vergonha do que aqui venho postando. Pelo contrário. Tenho orgulho do meu patriotismo e da minha participação cidadã nos destinos do Brasil. Venho julgando o meu País há mais de vinte anos. Já julguei casos de grande repercussão, envolvendo interesses de todas as ordens. Todos os dias contrario interesses do Governo e do Estado muito mais relevantes do que este que está noticiado hoje. Juízes Federais julgam atos de governo e atos de Estado. É nosso trabalho. Nunca me senti e nem me sinto agora intimidado, suspeito e muito menos impedido pelo fato de, ao lado da minha atuação profissional, exercer a minha cidadania, inclusive expressando minhas convicções. Obrigado a todos os que manifestaram apoio. Peço a compreensão dos que de mim discordam".
Cartoons, fotos de manifestações, frases de ordem contra Dilma e Lula, ainda podem ler-se em várias mensagens do juiz Itagiba. Num desses posts, o juiz publicou uma foto sua com a toga vestida e explicou: "Os Juízes de todo o Brasil, nesta semana, usarão suas TOGAS, em apoio ao JUIZ MORO [o magistrado responsável pela investigação 'Lava Jato'].
O site do Globo cita uma outra declaração do juiz: "Já me manifestei sim [a favor do impeachment da presidente Dilma]. Essa é uma posição de cidadania minha. Eu tenho todo o direito de exercer minha cidadania como todo cidadão brasileiro, mas isso não interfere nas decisões judiciais que eu adoto. Eu decido de acordo com o que está no processo, com os fatos que são comprovados ou pelo menos demonstrados no processo e de acordo com o sistema jurídico brasileiro".
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