Líder russo pede reforço da cooperação com países da Ásia Central
Vladimir Putin deu como exemplo o sucesso das relações comerciais com a Bielorrússia.
O Presidente russo pediu esta quinta-feira aos pares da Ásia Central o reforço da cooperação, que considerou aquém do potencial, dando como exemplo o sucesso das relações comerciais com a Bielorrússia.
"No ano passado, o comércio com os países da Ásia Central ultrapassou os 45 mil milhões de dólares [38,9 mil milhões de euros]. E isso significa que há boas perspetivas para o desenvolvimento das nossas relações na esfera económica", afirmou Vladimir Putin, na cimeira Rússia-Ásia Central realizada em Duchambé, capital do Tajiquistão.
No entanto, chamou a atenção dos homólogos para o facto de o comércio com a vizinha Bielorrússia ultrapassar os 50 mil milhões de dólares (43,2 mil milhões de euros], apesar da população do país ser inferior à do quinteto de países da Ásia Central.
Em particular, observou que a Bielorrússia alberga apenas 10 milhões de pessoas, enquanto o Uzbequistão tem quase 40 milhões, o Tajiquistão mais de 10 milhões e o Cazaquistão acima de 20 milhões.
"Conseguem imaginar? Nem sequer estou a falar de outros países. É um recurso colossal. E isso significa que há boas perspetivas para o desenvolvimento das nossas relações na esfera económica", observou.
Putin afirmou que "a Rússia é um dos principais investidores nas economias dos países da região" e que o valor total dos investimentos russos é superior a 20 mil milhões de dólares (17,2 mil milhões de euros), o que descreveu como insuficiente.
"A Rússia está firmemente focada em reforçar ainda mais a parceria estratégica e a associação com os países e em aprofundar relações políticas, económicas e humanitárias mutuamente benéficas", acrescentou.
O Presidente russo considerou que, nestas áreas, a Rússia e a Ásia Central "já alcançaram resultados realmente bons", embora tenha dito acreditar que há potencial para aprofundar as relações.
Além disso, propôs unificar todos os corredores de transporte e projetos logísticos da Rússia e dos países da Ásia Central num único sistema "com serviços eletrónicos e de transporte modernos".
Na cimeira Rússia-Ásia Central, o Presidente russo reuniu-se com os homólogos do Tajiquistão, Cazaquistão, Uzbequistão, Quirguistão e Turquemenistão.
Esta viagem atraiu críticas de organizações de defesa dos direitos humanos, uma vez que o Tajiquistão reconhece o Tribunal Penal Internacional (TPI), que, em março de 2023, emitiu mandados de detenção contra o líder do Kremlin e contra a comissária russa para os direitos da criança, Maria Lvova-Belova, pelo papel de ambos na deportação forçada de menores ucranianos.
Numa carta tornada pública esta quinta-feira, Päivi Kaukoranta, presidente da Assembleia dos Estados Partes do Estatuto de Roma (o tratado do TPI), lembrou ao Tajiquistão a obrigação como Estado-membro de prender Putin.
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