Lula da Silva completa 100 dias de governo e diz que reverteu o cenário de caos que recebeu

Presidente do Brasil elogiou o trabalho dos 37 ministros e enumerou medidas, que segundo ele, vão permitir avanços importantes no País.

Lula da Silva Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
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O presidente do Brasil, Lula da Silva, afirmou esta segunda-feira, ao completar 100 dias de presidência no seu terceiro mandato, que este periodo foi muito curto mas que já mudou o cenário do país. Lula elogiou o trabalho dos seus 37 ministros, enumerou medidas que segundo ele vão permitir avanços importantes no país e disse que os primeiros 100 dias de governo já mudaram o cenário de caos que recebeu (de Jair Bolsonaro) ao assumir o cargo em 1 de Janeiro.

"100 dias é muito pouco, mas foi o suficiente para revertermos um cenário preocupante. Foram 100 dias de muito trabalho, e quero que saibam que esses 100 dias demoraram muito. Mas a cada dia que passa temos mais chance de melhorar este país, e hoje os brasileiros já conseguem olhar para o futuro", declarou Lula num longo discurso no Palácio do Planalto, onde reuniu todos os seus ministros, outros auxiliares e aliados para assinalar a data.

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A imprensa não foi tão optimista quanto o chefe de Estado, mas a data também foi assinalada nos media com elogios e esperança, principalmente na área social, onde as medidas do terceiro governo de Lula da Silva foram mais acertadas e impactantes. A defesa da Democracia e das instituições foi outra área em que o veterano presidente recebeu aplausos, lembrando-se que em 8 de Janeiro, uma semana após tomar posse, Lula enfrentou uma vaga de violência sem precedentes no Brasil, quando seguidores radicais de Jair Bolsonaro apoiados claramente por polícias e militares invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e a presidência da República, e provocaram uma enorme destruição e pediram a volta ao poder do antigo presidente.

Já na economia, á área mais sensível para a maioria dos brasileiros, Lula tem recebido muitas críticas, pois demoram a surgir medidas concretas que melhorem a vida da população, a inflação continua a subir e os preços de alimentos, medicamentos e rendas de casa estão em patamares quase insuportáveis. No Ambiente, uma área sensível tanto no Brasil quanto para a imagem do país no exterior, as coisas também não andam nada bem, a desflorestação na Amazónia não diminuiu, o governo ainda não implementou de facto a anunciada mega-operação militar para expulsar milhares de garimpeiros de terras indígenas, e a ministra da pasta, Marina Silva, também ainda não adoptou as medidas que se esperavam de uma ambientalista tão experiente e aguerrida.

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Os desencontros entre ministros, cada um deles falando uma coisa diferente, também têm manchado a imagem do governo e obrigado Lula da Silva a desautorizar publicamente medidas que vários deles tomaram claramente para se destacarem e sem consultar ninguém. A corrupção, que já levou o próprio Lula para a prisão por 580 dias antes de as condenações dele serem anuladas pelo Supremo Tribunal Federal devido a irregularidades cometidas pelo então juiz Sérgio Moro, também voltou a rondar o Executivo, desta feita não atingindo directamente o presidente mas vários dos seus ministros, acusados de mal feitos anteriores à entrada no novo governo e a que o chefe de Estado não ligou alegando que também ele foi acusado e depois ilibado.

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