Lula vai a Moçambique reforçar fortes laços não correspondidos nas relações comerciais
De acordo com os dados oficiais mais recentes do Banco Central do Brasil, que remontam a 2023, Moçambique está em 71.º lugar na lista de investimentos brasileiros no exterior.
O Presidente brasileiro, Lula da Silva, chega no domingo a Maputo para uma visita oficial a Moçambique, um dos países com cooperação mais profunda e diversificada, que ainda não é correspondida pelas relações económicas entre os dois.
"O comércio bilateral entre Moçambique e Brasil ainda é muito pequeno se considerando o seu potencial", admitiu, em conferência de imprensa esta semana, em Brasília, o secretário de Promoção Comercial, Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura, o embaixador Laudemar Neto.
Apesar das trocas terem aumentado 27% em 2024, relativamente a 2023, o valor foi de apenas 40,5 milhões de dólares (35,22 milhões de euros), segundo o Governo brasileiro.
Do lado brasileiro, a carne de aves é o principal produto exportado para o país africano, representando 40,8% do valor.
Quanto a Moçambique, o tabaco representante quase a totalidade (95,3%) do total exportado para o Brasil.
De acordo com os dados oficiais mais recentes do Banco Central do Brasil, que remontam a 2023, Moçambique está em 71.º lugar na lista de investimentos brasileiros no exterior.
Esse valor é de apenas 15 milhões de dólares (13,03 milhões de euros).
O Presidente brasileiro chega a Moçambique no domingo depois de participar na Cimeira do G20 que decorre na África do Sul.
Lula terá um encontro com o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, e participará também com o líder moçambicano num fórum empresarial que deverá contar com cerca de 200 empresários dos dois países.
Para além disso, receberá o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Pedagógica de Moçambique.
Esta será a quarta visita oficial de Lula da Silva ao país, a última das quais em 2010.
De acordo com a diplomacia brasileira, Lula da Silva pretende discutir com o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, temas de "cooperação e de reforço das relações bilaterais, em áreas como assistência humanitária, saúde, educação, segurança alimentar, agricultura, biocombustíveis, defesa, comércio e investimentos, além de temas da agenda internacional, como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, luta contra a pobreza e mudança do clima".
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