Maduro revoga licença de operação da TAP
Transportadora nacional é uma das seis companhias aéreas visadas por não cumprirem ultimato feito por Caracas.
O governo venezuelano revogou esta quinta-feira a licença de operação da TAP e de outras cinco companhias aéreas internacionais que voam para o país, por se recusarem a cumprir o ultimato feito por Caracas para retomar os voos, que tinham sido suspensos na semana passada por questões de segurança.
Além da TAP, a medida abrange a Iberia, Avianca, Gol, Turkish Airlines e Latam Colombia. Estas companhias aéreas tinham suspendido temporariamente os voos para a Venezuela depois de, na passada sexta-feira, a Administração Federal de Aviação dos EUA ter alertado para uma "situação potencialmente perigosa" devido à crescente atividade militar norte-americana na região.
O regime chavista deu na segunda-feira um prazo de 48 horas às seis companhias aéreas para retomarem os voos para o país e ameaçou revogar as respetivas licenças de operação se não o fizessem, o que acabou por acontecer, com o governo de Nicolás Maduro a acusar as empresas de "se unirem aos atos de terrorismo" promovidos pelos EUA. Pouco antes do anúncio, o ministro venezuelano do Interior, Diosdado Cabello, sublinhou que é o governo de Caracas "quem decide quem voa ou não" para o país, adiantando que a Venezuela "reserva o direito de admissão".
A TAP justificou a decisão de suspender os voos para a Venezuela com a falta de condições de segurança e reiterou que "quer continuar a servir a comunidade portuguesa" no país. Já o Ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, garantiu que "o Governo de Portugal não cede a ameaças, ultimatos ou pressões de qualquer natureza", enquanto o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, disse que "seria totalmente irresponsável" a TAP ter continuado a voar para a Venezuela depois do alerta de segurança e considerou a reação de Caracas "desproporcionada".
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