Mãe deixa filha adotada morrer à fome
Mulher trancava crianças em quarto com janelas tapadas e só as deixava beber água da sanita.
Numa altura em que o Mundo ficou chocado com o caso da ‘Casa dos Horrores’, na Califórnia, em que o casal David e Louise Turpin são acusados de torturarem os 13 filhos, mantendo-os trancados num quarto, sem comida nem casa de banho dias a fio e proibidos de saírem de casa, chega ao fim o julgamento de um caso muito semelhante, mas com um desfecho mais trágico.
Nicole Finn, de 43 anos foi condenada a três penas sucessivas de prisão perpétua, por torturar os três filhos adotivos em casa, no estado norte-americano do Iowa. As crianças eram trancadas num quarto e deixadas sem comida durante vários dias. Um deles, Natalie, de 16 anos, acabou por entrar em falência cardiorrespiratória devido à fome e subnutrição, tendo acabado por morrer.
Quando um dos filhos conseguiu fugir de casa e pediu comida a um estranho que passava na rua, Natalie tomou medidas drásticas e, para além de trancar o quarto com os filhos lá dentro, tapou todas as janelas com tábuas.
Quando Natalie ficou tão fraca que nem se conseguia levantar a mãe gritava-lha "Se não te levantas então é que não comes, porque eu não te vou dar comida à boca", segundo o relato dos outros filhos adotivos da mulher.
A polícia foi chamada à casa em outubro de 2016 e encontrou Natalie já morta na casa de banho. A jovem tinha uma fralda colocada, pesava menos de 38 quilos e não tinha gordura corporal.
Um dos irmãos, Jaden, contou que a mãe adotiva só os deixava beber água da sanita e que só saíram de casa duas vezes, dias antes de Natalie morrer.
Em tribunal a polícia descreveu que encontraram a casa coberta com fezes humanas e de animais. Os irmãos eram obrigados a fazer as necessidades no quarto onde ficavam fechados.
"Havia muitos animais em casa, mais de uma dezena de cães e gatos, mas estavam bem alimentados", afirmou o detetive Chris Morgan da polícia local.
Nicole, descrita pelos filhos adotivos como "um monstro", foi presa na sexta-feira, mas o seu advogado já anunciou que vai recorrer da sentença.
"Ninguém neste tribunal consegue imaginar os traumas físicos e psicológicos destas crianças", considerou a juíza Karen Romano, que condenou a mulher.
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