Casal mantinha os 13 filhos fechados e acorrentados num quarto.
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David e Louise Turpin foram detidos no passado domingo, na sua casa em Perris, na Califórnia, por crimes de maus-tratos infantis e tortura praticados durante diversos anos aos 13 filhos, com idades compreendidas entre os 2 e os 29 anos. A situação foi descoberta após uma denúncia feita por uma das filhas, de 17 anos, que conseguiu fugir do quarto onde se encontrava fechada e ligou para o número de emergência.
Pais que torturaram 13 filhos acusados de 38 crimes
Ao que tudo indica, os problemas começaram a surgir quando a família ainda vivia no Texas, nos Estados Unidos, mas piorou quando se mudou para a localidade atual perto de Los Angeles, em 2010. O casal, religioso, sempre revelou aos amigos e familiares que tinha muitos filhos porque era essa a vontade de Deus. O meio-irmão da mulher, Billy Lambert, que falou com a mesma dias antes da detenção, revelou à imprensa que o par estava a ponderar ter mais um filho.
Tudo o que se sabe sobre a "Casa dos Horrores"
Segundo as mais recentes declarações de Mike Hestrin, promotor do Condado de Riverside, esta quinta-feira, os irmãos comiam apenas uma vez por dia e só tomavam banho uma vez por ano. Os 13 filhos, que foram encontrados fechados num dos quartos da casa, não podiam ir à casa de banho, sendo que as necessidades eram feitas no chão da divisão em que eram obrigados a viver. Alguns eram inclusive acorrentados durante vários dias como forma de castigo.
Após várias conversas, tornou-se percetível que algumas das crianças nem sabiam o que era um agente de autoridade ou um medicamento, revelando falta de escolaridade e de acesso ao mundo exterior. O promotor ainda revelou que os irmãos estavam proibidos de brincar e de utilizar a água a não ser para lavar as mãos. "Queremos que a justiça seja cumprida até às últimas consequências, de forma a garantirmos toda a proteção a estas vítimas", sublinhou o mesmo à imprensa local.
Em 2011, o pai fundou a Sandcastle Day School, uma escola privada da qual é diretor, cuja morada era a da própria casa. Como no estado da Califórnia não são permitidas vistorias a este tipo de estabelecimentos, ninguém desconfiou de que se pudesse tratar de uma farsa. "Fundou a própria escola para que as crianças fossem registadas sem terem de ser vistas por ninguém", afirmou Sherryll Kraizer, fundadora da Associação Coalition for Children.
Tia dos 13 irmãos acorrentados pelos pais quebra silêncio
Elizabeth Flores, irmã da detida, revelou numa entrevista ao programa de televisão norte-americano Good Morning America, que esta proibiu toda a família de os ver. "Havia algo estranho na forma como a minha irmã lidava com os filhos, mas nunca desconfiei que fosse algo assim", disse. Segundo a mesma, Louise não facultava a morada para que ninguém os pudesse visitar de surpresa: "Os meus pais sofrem muito com tudo isto. Por várias vezes apanharam o avião para ir visitar os netos mas, quando chegavam, mandavam-nos de volta para casa."
De momento, todas as crianças e jovens estão internados em dois hospitais e a receber todo o tratamento necessário como a absorção de antibióticos, vitaminas e nutrientes. A alimentação era tão escassa que resultou em casos de grave subnutrição. A filha mais velha, com 29 anos, tinha apenas 37 quilos. A jovem de 17 anos, responsável pela denúncia, aparentava ter apenas 10 anos.
"As vítimas podem sofrer de transtorno de stresse pós-traumático complexo, em resultado do trauma que ocorreu durante um longo período em cativeiro", esclareceu em entrevista à CNN Frank Ochberg, psiquiatra e pioneiro no campo da ciência dos traumas.
O casal enfrenta agora uma pena de prisão perpétua pelos crimes cometidos. Para além de maus tratos e tortura, David ainda é acusado de abuso sexual de uma das filhas com menos de 14 anos. A fiança dos pais, que mantiveram os filhos fechados naquela que é considerada a "casa dos horrores", é de 12 milhões de dólares, o equivalente a cerca de 9 milhões e 700 mil euros.
A próxima sessão em tribunal está agendada para esta quarta-feira. Na mesma os advogados de acusação pretendem proibir os pais de manterem qualquer tipo de contacto com os filhos, seja através de cartas ou de ligações telefónicas, enquanto estiverem detidos. Estes acreditam que o contacto continuado dos progenitores pode afetar o desenvolvimento das vítimas.
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