Mais de 15 detidos suspeitos de envolvimento em desaparecimento de mala com cocaína em Maputo
Moçambique é apontado como um corredor de trânsito para o tráfico internacional de estupefacientes com destino à Europa e Estados Unidos.
As autoridades moçambicanas detiveram mais de 15 pessoas suspeitas de envolvimento no desaparecimento de uma mala contendo cocaína no Aeroporto Internacional de Maputo, com o Ministério Público a avançar que abriu um processo-crime para investigar o caso.
"Não posso especificar, mas só posso dar a informação de que o processo está a correr, temos detidos, mais de 15 detidos neste processo, e o Ministério Público está a fazer de tudo para a responsabilização dos infratores, estão a responder criminalmente e o processo vai correr os seus trâmites legais", disse a procuradora-chefe na cidade de Maputo, Natércia Dias, em declarações aos jornalistas.
Segundo a comunicação social local, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) terá emitido um alerta às autoridades moçambicanas, em 27 de agosto, dando conta do desembarque, no aeroporto moçambicano, de uma suposta cidadã brasileira transportando alegadamente uma mala contendo 20 quilogramas de cocaína, que viria a desaparecer no interior da instituição de aviação de Maputo.
Moçambique é apontado por várias organizações internacionais como um corredor de trânsito para o tráfico internacional de estupefacientes com destino à Europa e Estados Unidos, sobretudo de heroína oriunda da Ásia, mas as apreensões de cocaína oriunda da América do Sul têm também aumentado.
Dados da Procuradoria-Geral da República de Moçambique referem que foram instaurados 1.251 processos-crime relativos a tráfico de droga em 2023, contra 1.035 em 2022, alertando para um aumento do comércio e consumo de estupefacientes no país.
Quase quatro toneladas de droga, avaliadas em 22,5 milhões de euros, foram apreendidas em Moçambique em 2024, um crescimento face a 2023, segundo o relatório do Gabinete Central de Prevenção e Combate à Droga divulgado em maio.
A cocaína lidera a lista das drogas mais traficadas, com a apreensão de 1.992 quilogramas em 2024, quando em 2023 tinham sido apreendidos 78,57 quilogramas daquela substância.
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