Manifestantes pró Dilma incendeiam barricadas em São Paulo
Principais vias de ligação a cidades do interior fechadas.
Numa acção orquestada que prejudicou centenas de milhar de pessoas, manifestantes contra o processo de destituição da presidente afastada Dilma Rousseff, cujo julgamento, em Brasília, deve terminar hoje, ergueram e incendiaram barricadas nas principais vias da cidade de São Paulo ao amanhecer desta terça-feira. Os atos começaram por volta das seis da manhã, hora local, 10 horas em Lisboa, e duas horas depois a maior cidade do Brasil ainda estava paralisada.
Camiões ligados a movimentos sociais e forças partidárias despejaram grandes quantidades de pneus em vias estratégicas da capital paulista. Manifestantes que já esperavam as cargas atravessaram os pneus nas faixas de rodagem e, regando-os com grande quantidade de combustível, provocaram labaredas com muitos metros de altura, levando o pânico aos motoristas e moradores.
Entre outras, os atos fecharam a Via Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro e estados do nordeste, a Regis Bettencourt, que liga a capital paulista aos estados do Sul, e as rodovias Anhanguera e Castelo Branco, principais vias de ligação a cidades do interior do estado de São Paulo. Dentro da capital paulista, barricadas foram incendiadas também na Marginal Tietê, na zona norte, na Marginal Pinheiros, na zona sul, e na Radial Leste, que liga os bairros da zona leste ao centro.
O caos no trânsito da mais populosa cidade brasileira, que já não é fácil mesmo sem protestos, ficou totalmente paralisado, mesmo depois de bombeiros terem conseguido apagar as chamas. Após isso, ainda foi preciso esfriar o asfalto, colocar na via areia ou pó de madeira para impedir que os pneus derretidos formem uma crosta no asfalto ou se colem aos pneus dos carros que passarem, e, finalmente, outras equipas têm de fazer a limpeza do local atingido.
Em alguns casos, como nas vias que dão acesso ao interior, os manifestantes entraram em confronto com os bombeiros, tentando impedi-los de apagarem as labaredas, forçando a intervenção da polícia. Mas na maior parte dos atos, os manifestantes fugiram antes da chegada dos bombeiros.
O número de barricadas só não foi ainda maior porque a polícia, inicialmente apanhada de surpresa, reagiu. Camiões do tipo dos que despejavam pneus pela cidade começaram a ser parados, e a polícia conseguiu interceptar alguns carregados com cargas de pneus e prendeu os motoristas.
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