A edição de hoje
Necessários 54 votos para a presidente suspensa ser destituída.
O futuro da presidente brasileira, Dilma Rousseff, afastada temporariamente do cargo a 12 de Maio para ser julgada por irregularidades, vai ser decidido ao início da tarde desta quarta-feira. O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, deu início à última sessão do julgamento de Dilma, iniciado quinta-feira passada, onde os 81 senadores terão de votar se ela é culpada ou inocente, e se perde o cargo de vez ou o reassume.
A sessão desta quarta-feira no Senado, a derradeira de um processo iniciado na Cãmara dos Deputados em 2 de Dezembro de 2015, deve ser bem mais rápida do que a de ontem, que durou 17 horas e só terminou na madrugada de hoje. Lewandowski começou a sessão lendo um resumo das acusações, depois dois senadores favoráveis à destituição de Dilma e outros dois contrários falarão por cinco minutos cada um e aí, finalmente, será realizada a votação para decidir o destino da primeira mulher eleita presidente no Brasil.
Para a destituição ser confirmada e Dilma ser afastada definitivamente do cargo são necessários 54 votos, dois terços do total de senadores. Nas duas votações anteriores no Senado sobre o processo, a que admitiu a tramitação e afastou Dilma provisóriamente, em Maio, e a que, já em Agosto, decidiu enviá-la a julgamento, os adversários da chefe de Estado conseguiram mais votos do que os necessários para a destituir.
No primeiro caso, o afastamento temporário, os adversários de Dilma alcançaram 55 votos. Na votação deste mês, quando decidiram que ela deveria ser levada a julgamento, os favoráveis à destituição atingiram os 59 votos.
Aliados do presidente interino, Michel Temer, que será efectivado no cargo se Dilma for destituída, a destituição deve ser aprovada hoje por uma margem bem confortável, entre 59 e 61 votos. Já os aliados de Dilma, que na última votação sobre o caso conseguiram 21 votos contra a destituição dela, têm feito um intenso corpo a corpo com senadores supostamente ainda indecisos, e acreditam que conseguirão atingir os 28 votos que impediriam a queda da presidente.
A decisão deve ser conhecida por volta das 14 ou 15 horas locais, 18 ou 19 horas em Lisboa. Se Dilma for ilibada, reassume imediatamente o cargo, se for destituída o presidente interino é chamado também imediatamente ao Congresso Nacional, que reune o Senado e a Cãmara dos Deputados, e é efectivado no cargo, após o que viajará ainda nesta quarta para a China, onde representará o Brasil na reunião do G-20.
Acompanhe a votação em direto:
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