Menina de 16 anos foi violada por dois grupos diferentes

Caso aconteceu no Brasil e chocou o mundo.

crime, lei e justiça, crime, crimes sexuais, violação, abuso sexual Foto: Getty Images
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Pelo menos dois grupos diferentes violaram a menina de 16 anos que diz ter sido violada por 33 homens numa favela do Rio de Janeiro, num caso que chocou o Brasil e teve repercussão no mundo inteiro. De acordo com a nova chefe da investigação, inspetora Cristiana Bento, a adolescente não foi vítima de uma mas de duas violações colectivas, em alturas diferentes e por agressores diferentes.

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Segundo o que a inspetora já apurou, a adolescente saiu de um baile funk na favela Morro da Barão perto das sete da manhã de dia 21 do mês passado, um sábado, na companhia do suposto namorado, o jogador de futebol Lucas Perdomo, de 20 anos, um amigo deste, Raí de Souza, de 22 e de uma outra menor, e foram para uma casa na favela fazer sexo. Três horas depois, Raí, que foi quem fez sexo com a suposta namorada de Lucas, este e a outra menina deixaram o local, onde ficou apenas a adolescente posteriormente violada, que estava desacordada.

Horas depois, ainda de acordo com o já apurado, um grupo de criminosos passou pelo local, viu a adolescente nua e inconsciente e, sob as ordens de um traficante chamado Moisés, levou a menina para uma outra casa na favela, que está abandonada e serve para sexo e tráfico de droga. Nessa casa, conhecida na região como "abatedouro", a menina foi violada repetidamente pelo grupo, formado em princípio por seis a oito criminosos, que, ao que tudo indica, drogaram a vítima quando ela a certa altura acordou e deixaram-na mais uma vez sózinha e sem sentidos.

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Várias horas depois, já na noite de sábado para domingo, um outro grupo, onde estavam, sempre segundo a polícia, Raí, um traficante conhecido como Jefinho e um homem de 41 anos já preso chamado Raphael, ao passarem pelo local e vendo a adolescente mais uma vez nua e desmaiada, violaram-na novamente. Ela só acordou no domingo, 22, e, com a ajuda de um agente comunitário, conseguiu voltar para casa.

Apesar da selvajaria a que foi submetida, a adolescente ao regressar a casa decidiu não ir à polícia, segundo afirmou depois por estar desorientada e com medo. O caso só foi descoberto quarta-feira, 25, quando vídeos e fotos das agressões sexuais, uma delas exibindo Raphael sorridente ao lado da vítima, foram postadas em redes sociais com frases irónicas, entre elas "por aqui (referindo-se à menina que aparecia nua e desacordada) passaram mais de 30."

Além de Raphael, Raí também já está preso, e ambos foram levados para o Complexo Prisional de Bangu. Lucas, que tinha sido preso quando dava uma entrevista ao vivo para um canal desportivo de televisão, acabou por ser libertado na sexta-feira, mas a polícia continua a considerá-lo um dos principais suspeitos.

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A adolescente, depois de sofrer humilhações nas mãos do inspetor que primeiro assumiu o caso, Alessandro Thiers, afastado sumariamente pelo comando da polícia, agora está em local ignorado sob protecção. Ela recebeu novos documentos com outro nome e foi levada para outra região do Brasil ao abrigo de um programa de protecção a testemunhas.

 

A polícia continua as investigações para tentar esclarecer totalmente o crime e identificar quantos criminosos o praticaram e quem são. Segundo a inspetora Cristiana Bento, até agora a polícia já sabe que pelo menos 12 criminosos participaram nas duas violações colectivas da menina, mas é provável que o número chegue aos 30 divulgados na web ou até aos 33 afirmados pela vítima.

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