Milhares de pessoas desfilam pela república catalã
Marcha deste ano da ‘Diada’ ficou marcada pelos apelos à libertação dos separatistas.
O separatismo catalão aproveitou uma vez mais a ‘Diada’ (Dia Nacional da Catalunha) para dar uma prova de força. Centenas de milhares de pessoas inundaram a Diagonal de Barcelona numa manifestação realizada sob o lema ‘Façamos a República Catalã’ e marcada, este ano, por apelos à libertação dos políticos separatistas detidos após o referendo ilegal de outubro de 2017 e a posterior declaração unilateral de independência da região.
Convocada, como habitualmente, pelas associações pró-independência ANC e Òmnium Cultural, a manifestação teve este ano uma encenação especialmente vistosa. Após o rebentamento de um foguete, a multidão realizou uma onda gigante, semelhante às popularizadas nos estádios de futebol, atravessou boa parte da Diagonal, cruzando a cidade, e terminando com o derrubar de um muro erguido para a ocasião que representava "a superação dos obstáculos para fazer a república".
O presidente catalão, Quim Torra, encabeçou a representação do governo autónomo da Catalunha. Igualmente representados estiveram os principais partidos separatistas: JxCat, PDeCAT, ERC e CUP.
Mas, num dia que se quis dos cidadãos, um dos discursos mais marcantes coube a Elisenda Paluzie, presidente da ANC. Instou o governo de Torra a não "desperdiçar a vitória do 1 de outubro [data do referendo]. "Não digais agora que aquilo não foi um referendo, não nos torneis Sísifo e não nos mandeis para onde estávamos", afirmou.
Desde 2012, quando as celebrações assumiram um cunho separatista, a participação suscita uma guerra de números, mas este ano o governo espanhol, do PM socialista Pedro Sánchez, recusou avançar estimativas. A polícia de Barcelona fala de um milhão de pessoas, número igual ao da marcha de 2017, quando o governo espanhol, então do PP, falou de 350 mil pessoas.
PORMENORES
Diálogo e liberdade
A exigência de libertação dos presos políticos e o apelo ao diálogo marcaram a deposição da coroa de flores no monumento a Rafael Casanova, herói da luta catalã do século XVIII.
Fumo e tinta para a polícia
Jovens da organização juvenil da CUP, lançaram bombas de fumo e tinta à Esquadra Superior de Polícia, em Barcelona.
Radicais italianos
A presença de radicais de direita italianos do partido Liga criou alguma tensão na abertura da ‘Diada’, com grupos antifascistas a lançar assobios e apupos.
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