Medo e choque em Molenbeek
Multiplicam-se operações policiais em Bruxelas.
Molenbeek, em Bruxelas, é um bairro em choque e, acima de tudo, estado de sítio. Foi de lá que partiram os terroristas que sexta-feira mataram 129 pessoas em Paris. É, de resto, um dos bastiões do radicalismo islâmico na Europa. Razão suficiente para a ameaça terrorista ter aumentado para nível 4. Toda a Bélgica está em alerta máximo.
A reportagem do CM captou esta terça-feira as primeiras imagens na Gare do Midi, a grande estação de comboios da capital belga. Uma oficial da polícia avisa-nos: "tenha atenção que todos estes operacionais têm família". Minutos depois, as nossas carteiras profissionais foram retidas por momentos. O motivo é fácil de perceber: polícia e militares que andam na rua refletem o medo generalizado. Nenhum quer ser filmado.
Durante esta terça-feira, realizaram-se operações policiais em vários pontos da cidade. Tudo acontece muito rápido e de forma a evitar jornalistas. Embaixadas e edifícios governamentais e da União Europeia sofreram um aumento de segurança.
A polícia segue várias pistas. Um pouco por toda a cidade passam colunas de três ou quatro viaturas com sirenes ligadas. Vão com uma velocidade que indica a urgência em chegar aos locais apontados pela investigação.
No Molenbeek há calma aparente. Mas o bairro é uma bomba-relógio onde vivem 700 portugueses num total de 90 mil residentes: 90 por cento dos quais muçulmanos, que têm 22 mesquitas.
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