Musk vai liderar Departamento de Eficiência Governamental

APOSTA Juntamente com o ex-candidato republicano Vivek Ramaswamy, dono da Tesla vai aconselhar Trump sobre a melhor forma de cortar despesa e reduzir burocracia do Estado ª TRANSPARÊNCIA Medidas serão publicadas online e haverá um ‘top’ “das despesas mais estúpidas”

14 de novembro de 2024 às 01:30
Donald Trump e Elon Musk Foto: Carlos Barria/Reuters
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Cumprindo o que tinha prometido durante a campanha eleitoral, Donald Trump nomeou esta quarta-feira o bilionário Elon Musk, patrão da Tesla e da SpaceX, para liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental, organismo que terá a missão de reduzir a despesa e a burocracia do Governo Federal.

Musk irá trabalhar ao lado de Vivek Ramaswamy, empresário do ramo da biotecnologia que concorreu contra Trump nas primárias republicanas, mas que se tornou um dos maiores apoiantes do agora Presidente eleito. “Estes dois grandes americanos vão ajudar a minha Administração a desmantelar a burocracia governamental, acabar com as regulamentações excessivas, cortar as despesas desnecessárias e reestruturar as agências federais”, anunciou Trump num comunicado.

O novo departamento não fará parte do Governo Federal, mas terá como missão aportar “aconselhamento e direção”, trabalhando em estreita colaboração com a Casa Branca e o Departamento de Gestão do Orçamento. Segundo Trump, o trabalho do novo organismo deverá estar concluído até julho de 2026, por ocasião do 250.º aniversário da Declaração de Independência dos EUA. “Será um presente para o país”, disse o Presidente eleito.

Durante a campanha, Musk prometeu reduzir a despesa do Estado em dois triliões de dólares. Reagindo após a nomeação, o homem mais rico do Mundo garantiu que todas as recomendações do novo organismo serão publicadas online para “total transparência” e prometeu criar um ‘top’ das “formas mais estúpidas de gastar o dinheiros dos contribuintes” que forem encontradas pela sua equipa. “Não vamos ser meiguinhos”, respondeu Ramaswamy.

Nenhum dos dois nomeados possui qualquer experiência governamental e a sua nomeação levanta questões éticas e de possíveis conflitos de interesses, porque o novo organismo irá fazer recomendações sobre regulamentações e práticas governamentais que poderão beneficiar as suas empresas. Lisa Gilbert, da ONG Public Citizen, lembrou que as empresas de Musk “foram acusadas de violar inúmeras vezes” as regras governamentais que ele agora irá regular.

Biden promete transição suave Pete Hegseth é surpresa na DefesaO Presidente Joe Biden prometeu esta quarta-feira uma “transição suave” ao sucessor, Donald Trump, no primeiro encontro entre os dois desde o debate televisivo de junho que ditou o fim da candidatura de Biden à Presidência.

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Os dois líderes reuniram-se na Sala Oval da Casa Branca e mostraram-se cordiais nos breves minutos em que os jornalistas estiveram presentes. “Estamos preparados para garantir uma transição suave, para providenciar tudo aquilo que precisem. Bem-vindo de volta”, disse Biden. “A política é dura, e muitas vezes não é um mundo bonito, mas hoje o mundo está mais bonito e agradeço esta transição suave, o mais suave possível, Joe”, respondeu Trump. Em privado, os dois Presidentes discutiram os principais temas de atualidade nacional e internacional, incluindo as guerras no Médio Oriente e na Ucrânia, tendo Biden garantido que ia sublinhar perante o sucessor a necessidade de manter o apoio militar e financeiro a Kiev face à agressão russa.

A cordialidade do encontro desta quarta-feira contrasta vivamente com aquilo que sucedeu há quatro anos, quando Trump recusou receber o sucessor na Casa Branca e a sua Administração procurou bloquear e dificultar a transição de poder nas várias pastas.

Pete Hegseth é surpresa na Defesa
A escolha de Pete Hegseth, ex-militar e comentador da Fox News, como novo secretário de Defesa dos EUA causou surpresa no Pentágono. “Quem?”, questionaram fontes militares, para quem o escolhido por Trump para liderar as Forças Armadas é um perfeito desconhecido.

PORMENORES

MAIORIA E NOVO LÍDER
O Partido Republicano estava esta quarta-feira a dois lugares de garantir a maioria na Câmara dos Representantes. Os republicanos têm agora 216 congressistas contra 207 dos democratas, quando falta eleger 12 lugares. O partido de Trump já controla também o Senado, que esta quarta-feira elegeu John Thune, senador do Dakota do Sul, como novo líder, sucedendo a Mitch McConnell.

DEMISSÃO
O procurador especial Jack Smith, que liderou a investigação ao desvio de documentos classificados da Casa Branca e aos esforços de Trump para manipular os resultados das eleições de 2020, deverá encerrar os casos e apresentar a demissão até ao final do ano. Trump tinha prometido demiti-lo “dois segundos” após tomar posse.

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