Nova estirpe de coronavírus deixa Europa em alerta. Seis questões essenciais sobre a nova variante

Nova variante está a levar a que alguns países, entre os quais Portugal, restrinjam as viagens de e para o Reino Unido.

21 de dezembro de 2020 às 09:55
Coronavírus xxx Foto: Nuno André Ferreira
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As autoridades britânicas alertaram a Organização Mundial da Saúde sobre a descoberta de uma nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível.

Os 27 países da União Europeia (UE) reúnem-se esta segunda-feira, ao mais alto nível político, para coordenar respostas à nova variante do SARS-CoV-2 descoberta no Reino Unido, numa reunião de emergência convocada pela presidência alemã do Conselho.

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Da reunião deverá resultar uma abordagem coordenada à nova variante do coronavírus que provoca a covid-19, numa altura em que os Estados-membros equacionam medidas como a suspensão de viagens com o Reino Unido ou a introdução da obrigatoriedade de realização de testes para quem chega do país.

Alguns países já anunciaram medidas, entre os quais Portugal, que decretou, a partir desta segunda-feira, restrições à entrada de passageiros de voos provenientes do Reino Unido, permitindo apenas a entrada de cidadãos nacionais ou legalmente residentes no país.

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Porque é que esta estirpe se dissemina mais depressa?

A comunidade científica acredita que a nova estirpe de coronavírus é mais contagiosa do que as outras por causa de uma mutação na proteína 'spike', que ajuda o vírus a prender-se às células humanas. Cientistas britânicos acreditam que pode disseminar-se com uma velocidade 70% superior do que a estirpe normal. Esta situação pode significar um aumento taxa de infeção 'R', que atualmente tem uma média mundial de 1 (o que significa que a maioria das pessoas infetadas só contamina uma pessoa de volta). Caso a estirpe se veja a disseminar em grande escala, pode potenciar que este número aumenta cerca de 0,9.

Esta estirpe agrava os sintomas?

Investigações recentes parecem apontar que não. Esta não é a primeira vez que o vírus da Covid-19 sofreu mutações desde o ano de 2019, altura em que surgiu em Wuhan, na China. No entanto, se a velocidade de transmissão for maior, vão acabar por ficar mais pessoas infetadas, logo, a possibilidade de a taxa de mortalidade aumentar cresce na mesma escala. No entanto, não existem evidências de que cause uma taxa maior de infeções e de mortes, sendo que os sintomas parecem ser os mesmos - tosse seca, febre e falta de paladar e olfato.

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A nova estirpe compromete a eficácia da vacina?

Essa é a questão que todo o Mundo anseia por ver respondida. O Secretário de Estado de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, afirmou que é "altamente improvável" que esta nova estirpe não responda a uma vacina. No entanto, as autoridades de saúde mundiais garantem manter a vigilância ativa nos próximos tempos.

Onde é que teve origem e onde é que predomina?

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Esta estirpe foi identificada pela primeira vez em meados de outubro, através de uma amostra recolhida em Kent, no Reino Unido. No entanto, é possível que já circulasse antes em pessoas não testadas. O alerta foi dado quando o número de infeções em Kent disparou no início de dezembro, apesar das restrições nacionais que o país atravessava.

Ao que se sabe, a maioria dos casos de infeção por esta nova estirpe estão predominantemente na zona sul de Inglaterra e em algumas regiões de Londres. Ainda assim, acredita-se que já se tenha espalhado para outros locais do país, e quiçá, países da Europa, como a Escócia.

A Organização Mundial de Saúde também identificou a nova variante na Dinamarca, Holanda e Austrália.

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Esta estirpe pode ser travada?

Distanciamento físico, utilização de máscaras faciais e lavagem frequente das mãos são algumas das medidas que podem ajudar a controlar a disseminação desta nova variante, de acordo com a OMS. Ou seja, manter as mesmas regras que já existem, uma vez que o vírus se trasmite da mesma forma. O encerramento de fronteiras pode ajudar a concentrar o número de casos num espaço mais restrito.

O que se segue?

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Uma equipa de cientistas da Saúde Pública de Londres estão a estudar o impacto da estirpe em doentes hospitalizados, para perceber se estes estão a produzir a mesma resposta imunitária que a vacina reproduz. As primeiras investigações podem demorar até duas semanas para ser concluídas.

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