O polémico novo presidente dos Estados Unidos
Donald Trump eleito. Conheça o perfil e as propostas do republicano.
Donald Trump não é um político tradicional. O novo Presidente dos EUA é um bilionário, empresário do ramo imobiliário, dono de um dos prédios mais altos e mais conhecidos de Manhattan, estrela de TV, um homem com um temperamento explosivo e sem experiência política anterior.
14 de junho de 1946 no bairro nova-iorquino de Queens, nos EUA. É o quarto de cinco filhos de um empresário do setor imobiliário com origem alemã e de uma dona de casa com origem escocesa. Aos 13 anos foi retirado da escola por ter agredido um professor e colocado numa escola militar para tentar acalmar o seu temperamento explosivo e rebelde. Mas parece não ter tido resultado. Ainda hoje, e apesar dos seus 70 anos, é descrito como uma pessoa cheia de energia, impulsiva, com um ego enorme e muito mulherengo.
"The Donald", como é conhecido por muitos nos EUA começou a sua carreira no ramo imobiliário por influência do pai, Fred Trump, que era já empresário na área. Em 1968 formou-se em Economia pela Universidade da Pensilvânia. Nos anos 70 começou a realizar grandes contratos urbanísticos que lhe deram tanto destaque como acusações de favorecimento em inúmeros projetos. E durante a campanha, recusou-se a publicar o seu imposto de renda, uma tradição para os candidatos à Casa Branca, reconhecendo que não tinha pago impostos durante anos. "Isto faz de mim uma pessoa inteligente", chegou mesmo a dizer.
Apesar de todas as dúvidas relacionadas com o seu sucesso profissional, o bilionário republicano relacionou-se com cada vez mais pessoas dentro e fora do governo e rapidamente conseguiu capital suficiente para investir noutras atividades como o famoso Taj Mahal Casino, em Atlantic City, Nova Jérsia, e o Trump Tower, a torre mais famosa de Nova Iorque, onde mora.
Mas Trump não é só conhecido pelos seus negócios. O novo presidente dos EUA é fã do show business. Foi dono das marcas Miss Universo e Miss USA até 2015, quando lançou a campanha presidencial. Apareceu constantemente em programas de TV e teve um próprio reality show. No ‘The Apprentice’, que apresenta desde 2003, Donald acompanha um grupo de pessoas interessadas em trabalhar nas suas empresas. Após passarem por provas destinas a avaliar a aptidão para o trabalho, os candidatos são analisados por Trump e um deles é demitido a cada programa.
A sua vida privada também é pautada por muitos escândalos. Foi casado com a ex-modelo checa Ivana Trump, com quem teve três filhos, e com a atriz Marla Mapless, com quem teve uma filha. Atualmente, está casado com Melania Trump, uma antiga modelo eslovena com 46 anos, com quem tem um filho de 10 anos. Donald Trump tem ainda sete netos.
Durante a campanha, várias mulheres acusaram-no de assédio e gestos sexuais impróprios e até foi divulgado um vídeo onde faz comentários machistas e sexuais. Mas Trump manteve sempre a sua postura. Chamou a todas estas pessoas de mentirosas.
Um candidato republicano tardio Na política, chegou a contribuir financeiramente a favor dos democratas numa primeira fase e só mais tarde, a favor dos republicanos. Entre 2009 e 2011 chegou a ameaçar entrar em campanha pelo partido republicano para desafiar Barack Obama com o único objectivo de provar que o então presidente não teria nascido nos EUA. Quando a certidão de nascimento completa foi apresentada, o movimento perdeu força e o próprio Obama gozou publicamente com Trump.
Na altura saiu silenciosamente e reposicionou-se como conservador. Em junho de 2015, lançou a sua candidatura e recebeu um grande apoio para isso.
Durante toda a campanha, foram muitas as vezes que mudou de posição. Já foi a favor do aborto e de restrições na venda de armas. Hoje diz que a sua opinião é outra.
Contudo, há três grandes conjuntos de propostas que sempre defendeu:
1 - Expulsar 11 milhões de imigrantes ilegais dos EUA. Construir um muro gigante para separar os EUA do México e fazer com que este país pague pela construção do muro.
2 – Impedir temporariamente a entrada de muçulmanos nos EUA e, enquanto isso, bombardear e aniquilar o Estado Islâmico.
3 – Endurecer negociações sobre o comércio e estratégia militar com inúmeros países, especialmente a China.
Medidas que quer tomar vigorosamente e que admite vêm embutidas pelo sentimento de descrédito e desprezo pelas últimas lideranças norte-americanas. Daí o slogan da sua campanha ser "Make America Great Again (Tornar a América Grande Outra Vez, em português).
Sem qualquer tipo de pudor em dizer o que lhe vem à cabeça, Donald Trump assumiu um papel provocador durante toda a campanha que muitos dizem ter sido uma das mais polémicas de sempre.
Apelidou Hillary Clinton de "uma mulher desagradável", insultou mulheres, muçulmanos, hispânicos e negros. Garantiu que iria recusar qualquer resultado em que não saísse vencedor.
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