Oito mortos e 180 feridos nos últimos cinco anos: O 'lado negro' do vulcão na Indonésia onde jovem brasileira morreu

Jovem brasileira, de 26 anos, foi encontrada morta esta quarta-feira depois de sofrer queda.

24 de junho de 2025 às 18:57
Vulcão Rinjani, na Indonésia Foto: MUTAHARIN/AP
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Oito pessoas morreram e 180 ficaram feridas nos últimos cinco anos no Parque Nacional da Indonésia, local onde a jovem brasileira, de 26 anos, esta terça-feira. 

O vulcão Rinjani que pertence ao parque é um dos destinos turísticos mais procurados, uma vez que é o segundo maior vulcão do país com 3726 metros de altitude. O percurso pode durar entre dois a quatro dias e inclui instabilidade climática e subidas íngremes.

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O lado negro fica marcado pelo número de ocorrências e tragédias, que tem vindo a aumentar nos últimos cinco anos. 

Segundo o G1, o último balanço divulgado pelas autoridades da Indonésia foi em março e dava conta de oito mortos e 180 feridos. De acordo com os dados do Escritório do Parque Nacional do Monte Rinjani, em 2020 foram registadas 21 ocorrências e duas mortes, no ano seguinte o número de acidentes subiu para 33 e as mortes diminuíram para uma. Em 2022, houve registo de 31 acidentes, com um óbito a registar. Em 2023, o número de ocorrências voltou a subir, para 35, com três mortes registadas. O ano passado foi o mais acidentado, quase com o dobro de ocorrências, chegando às 60, e uma morte confirmada.

A maior parte dos envolvidos nos acidentes eram turistas locais (136), com nacionalidade estrangeira registaram-se 44 pessoas.

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De acordo com o governo indonésio, citado pelo G1, muitas das ocorrências estão relacionadas com o incumprimento das normas de segurança, pelo próprios turistas, falta de equipamento adequado, falta de preparação física, desconhecimento do terreno e desrespeito às trilhas marcadas.

Entre os tipos de acidentes mais registados estão quedas e entorses, com 134 casos.

Tendo em conta os números, o governo desenvolveu um projeto focado na busca, resgate e evacuação que denominou de "Procedimento Operacional Padrão (POP)".

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O aumento da procura registado depois da pandemia levou a um crescimento da economia na região ao mesmo tempo que são registados o aumento de incidentes.

Vítima com nacionalidade portuguesa entre as vítimas

Em 2016, um grupo de aproximadamente 400 turistas foi retirado com urgência depois de ter sido acionado o alerta de erupção do vulcão Rinjani . Desde esse ano que o vulcão não voltou a entrar em erupção. 

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Boaz Bar Anam, de 37 anos, morreu em 2022 quando tentava tirar uma foto perto da berma do come. O turista tinha nacionalidade israel-portuguesa e perdeu a vida após cair de uma altura de 150 metros numa área de risco.

Já em 2024, Melanie Bohner, de nacionalidade suíça, morreu durante uma escalada na zona de Sembalun que fica perto do Monte Rinjani. Segundo as autoridades, o corpo da vítima foi encontrado numa rota não oficial e não recomendada por moradores.
 
Também, Rennie, um turista, de 57 anos, natural da Malásia, foi encontrado num perímetro de risco. O  corpo do homem soltou-se da corda de segurança e acabou por sofrer uma queda de uma altura de 80 metros. Segundo relatos, pouco antes da queda, Rennie tinha recusado ajuda dos guias que estavam no perímetro. 

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